Cláudio Humberto
Coluna CH/2 de fevereiro

Caem quase 80% os gastos do governo federal em conselhos preguiçosos

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Foto: ABr

A pandemia trouxe um grande benefício para os cofres públicos, em especial aos gastos com diárias e passagens para participantes dos “conselhos de direitos”, que, além de preguiçosos, eram usados em grande parte só para lacração nas redes sociais e como trampolim político. Às custas de dinheiro público, claro. Apenas no Ministério da Mulher e Direitos Humanos, chegou a 79,6% a redução dos gastos dos 11 conselhos ligados à pasta, em 2021, comparada ao ano de 2019.

Redução milionária

Em 2019, os conselhos nacionais ligados ao Ministério da Mulher e Direitos Humanos custaram R$2,2 milhões. Em 2021, R$448 mil.

Turma do holofote

O conselho dos direitos humanos é o que mais gosta de aparecer, mas tem a menor frequência. Apenas 42,2% dos conselheiros comparecem.

Sem passeios à capital

A constatação do levantamento foi que a redução se deveu às reuniões virtuais e híbridas, que não impactaram o “trabalho” dos conselhos.

Juventude perdida

O conselho nacional da juventude conseguiu se reunir quatro vezes, em 2021, mas não foi capaz de produzir uma única resolução.

Em vez de regular, ANTT ataca ‘Uber dos ônibus’

Assim como nas demais agências reguladoras, são as empresas do setor que guiam decisões ANTT, responsável pela área de transportes terrestres, agora dedicada a impedir a concorrência de aplicativos. Uma espécie de Uber dos ônibus, com passagens interestaduais 60% mais baratas. A serviço dos interesses das empresas que desejam eliminar a concorrência, e não de quem lhes paga gordos salários, a ANTT alega que aplicativos “não estão autorizados a vender passagens”. E daí?

Solução criativa

Como no Uber, os aplicativos ligam o interessado em viajar com empresas de fretamento de ônibus, a preços muito mais em conta.

Prioritário é o cidadão

Em vez de prestar vassalagem aos empresários de ônibus, o Estado brasileiro deve apenas se atualizar e regulamentar o “Uber dos ônibus”.

Pedala, ANTT

O dever da ANTT não é perseguir e sim fixar regras que reforcem a segurança e o conforto das pessoas, nessa nova opção de transporte.

Poder sem Pudor

Um juiz faltoso

Coronel Joça Maranhão era o chefe político de Aliança (PE) e queria remover o juiz de direito da cidade. Procurou o governador, general Cordeiro de Farias, e expôs o seu pedido sem rodeios. “Esse juiz tem todas as faltas: bebe muito, é mulherengo, corrupto, venal, desleixado e preguiçoso.” O general ficou impressionado: “Tem todas essas faltas, coronel?” O chefe político não titubeou: “Tem tudo o que é falta, general. Só não tem falta de ar.”

O buraco no palanque

Adversários de João Doria (PSDB) não perderam tempo e divulgaram levantamento indicando que, em 2021, o governo paulista gastou só 45% dos recursos disponíveis para obras que evitam enchentes.

Discurso politizado

É bom ouvir a reafirmação de crença na democracia, como fez ontem o ministro Luiz Fux, presidente do STF. Mas ele poderia ter evitado a politização da fala. Abertura do ano da Justiça pede discursos dirigidos à Justiça e não recadinhos e indiretas para chefes de outros poderes.

Mandou bem

O procurador-geral Augusto Aras dedicou boa parte do seu discurso na abertura do ano judiciário, no STF, à defesa da liberdade de expressão e a “educar os nossos ouvidos às diferenças de opinião”, disse.

Mandou mal

Admiradores da ministra Cármen Lúcia, do STF, passaram o dia ontem trocando mensagens de desapontamento com a atitude da magistrada, ao participar de encontro com “mulheres do PT” em ano eleitoral.

Frase do dia

Nós aqui fazemos todo o possível para atendê-los

Presidente Bolsonaro sobre ajuda a prefeitos da região atingida pelas chuvas em SP

Negociando brechas

Na Rússia, Bolsonaro tentará abrir brecha na política de substituição de importações de Vladimir Putin, para reduzir a dependência externa. Por isso, os russos reduziram a quase nada a importação de carne bovina.

Déficit comemorado

O governo federal fechou o ano de 2021 com R$35,1 bilhões de déficit fiscal, mas o resultado foi surpresa positiva e comemorado diante das previsões. Segundo a LDO, o déficit estimado era de R$ 331,6 bilhões.

300 milhões

A redução da letalidade na variante ômicron e o sucesso da vacinação fez o mundo superar a marca de 300 milhões de curados. Enquanto os casos quadruplicaram, as mortes subiram bem menos, 50%.

Importante pergunta

Os Emirados Árabes são caso único: 100% da população com uma dose de vacina e 95% com duas, e ainda assim têm o maior número de casos ativos desde o início da pandemia: 66 mil contra 27 mil em 2021.

Pensando bem...

... não será em 48h, como no Japão, mas se o buraco em São Paulo for tapado antes das eleições, já será uma ótima surpresa.

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