Cláudio Humberto
Coluna CH / 11 de março

Emendas e cargos pautaram reunião Lula-Lira

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Arthur Lira e Lula Foto: Ricardo Stuckert.

A reunião entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente Lula (PT), esta semana, na casa do ministro Paulo Pimenta (Comunicação Social), foi armada por lulistas para aparar as arestas em torno da fala de Lira, para quem o governo não tem base no Congresso. A determinação de Lula para travar nomeações em cargos do segundo escalão e a liberação de emendas para deputados federais novatos dominaram boa parte do encontro. Lira cobrou soluções.

Pontos sensíveis

Deputados reclamam que nomeações emperradas estão minando a relação com os prefeitos às vésperas das eleições municipais.

Promessa é dívida

Deputados novos não têm emendas, que são definidas no ano anterior. Lira prometeu que, mesmo os novatos, levariam algo para as bases.

Tem um porquê

A reunião na casa de Pimenta foi proposital. Lula, raposa velha, queria ambiente mais descontraído e terreno favorável para “desarmar” Lira.

Pelas costas

Mesmo dependendo de Lira, lulistas saíram falando mal do deputado. Dizem que ele “cria dificuldades”.

Palácio do Itamaraty. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr).

Petistas promovem caça às bruxas no Itamaraty

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor para assuntos internacionais da Presidência e chanceler de fato, Celso Amorim (PT), se prestam ao serviço de retaliar diplomatas, servidores públicos de carreira, que apenas cumpriram seus deveres durante o governo Bolsonaro. Após “expurgar” um grupo de embaixadores considerados “bolsonaristas”, lulistas preparam um caminhão de indicações de diplomatas “alinhados” à ideologia.

Papelão

Diplomatas com décadas na carreira do Itamaraty têm sido perseguidos por aceitar trabalhar em posições do governo passado.

Estratégia

O Itamaraty, que tem interferência direta de Amorim, nova eminência parda dos assuntos internacionais, prioriza a retirada de diplomatas.

Só o partido importa

Existem 16 embaixadas brasileiras sem representantes, mundo afora. A ideia é esvaziar mais postos antes da onda de nomeações petistas.

Poder sem Pudor

Sexo em horário nobre

Jarbas Passarinho era ministro da Justiça, em 1990, e teve uma conversa com Joaquim Mendonça, presidente da Abert, a associação de emissoras de rádio e TV, sobre cenas de sexo em horário nobre. Queixou-se de um videoclip de Madonna, “Justify my Love”, exibido no “Fantástico”: “Houve cenas de sexo oral e homossexualismo. Choca o telespectador...”. À saída da reunião, Mendonça foi abordado pelos repórteres sobre a queixa do ministro. O presidente da Abert não resistiu à brincadeira: “Eu só lamento não ter visto o programa... Podiam reprisá-lo...”.

Paralisia

Lula usa dos seus ataques ao antecessor para não ter de explicar o descumprimento de promessas de campanha. A prometida reformulação do imposto de renda, por exemplo, “deve ficar” para o fim do ano.

Situação grave

Ex-ministro de FHC, Dilma e Temer, o ex-deputado Eliseu Padilha (MDB-RS) foi novamente hospitalizado em estado de saúde grave. Amigos, como o ex-ministro Carlos Marun, afirmam que só resta rezar.

Grana marcada

O deputado Mendonça Filho (União-PE) quer proibir a oferta de empréstimos com base nos pagamentos mensais do Bolsa Família. O governo ainda quer determinar o cidadão pode fazer com o dinheiro.

Qual passa?

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado votará dois pedidos: convocação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que Lula tenta desestabilizar, e dos dirigentes das Lojas Americanas.

Frase do dia

“Qualquer um pode se sentir mulher, menos eu”

Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre ser punido por declaração no Dia da Mulher

Aliados, pero no mucho

A Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado, presidida por Marcelo Castro (MDB-PI), ex-ministro de Dilma, avalia convite a seis ministros para explicar “planos para os próximos anos”. Nenhum do PT.

Lacrolândia

Levantamento do próprio Senado aponta que os prédios do Congresso, em Brasília, serão iluminados ao menos de 19 formas diferentes em “campanhas de conscientização”. E de lacração.

Bye, bye, Brasil

Em maio de 2018 a britânica Lush abandonou o Brasil, apesar de boas vendas. “Alta carga tributária, prolongada recessão econômica, somadas à instabilidade política, tornaram impossível” a permanência, anunciou.

Pandemia, 3 anos

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde classificava a onda de covid como pandemia, após meses relutância e depois das primeiras mortes causada pela doença no Brasil.

Pensando bem...

...nem três meses e já parece uma eternidade.

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