Rishi Sunak, neto de imigrantes, será o novo premiê do Reino Unido
Ex-ministro das Finanças de Boris Johnson assume cargo no lugar de Liz Truss que renunciou após seis semanas
O Partido Conservador elegeu nesta segunda-feira, 24, Rishi Sunak, como primeiro-ministro do Reino Unido. Ex-ministro das Finanças de Boris Johnson assume o lugar de Liz Truss que renunciou ao cargo na quinta-feira, 20, após seis semanas no poder – ela foi eleita no dia 6 de setembro. Ele é o terceiro premiê britânico em menos de dois meses.
É a primeira vez na História que o Reino Unido terá um chefe de governo não branco, hindu e descendente de indianos.
Sunak aparecia entre os favoritos para assumir. Em setembro, ele já tinha disputado com a antiga primeira-ministra, mas foi derrotado por ela.
A confirmação de sua escolha chega depois de a sua única possível adversária, Penny Mordaunt, ter desistido da corrida, um minuto antes do final, e declarado seu apoio ao candidato, o único a conseguir mais do que as 100 assinaturas necessárias.
Rishi Sunak precisa ainda ser aprovado pelo Rei Charles III, e, após o veredito, será oficializado no cargo. Ainda não há uma data certa sobre quando será a transferência de poder, porém, há expectativas que seja nessa semana.
O multimilionário e um dos políticos mais ricos do país, Sunak tem experiência no combate à crise econômica. Ele guiou o Reino Unido na pandemia de Covid-19 e se posicionado como o candidato das “finanças sólidas”. Também foi um dos primeiros ministros a deixarem o governo de Boris Johnson.
Mas Sunak enfrentou críticas por ser elitista, tendo estudado nas exclusivas universidades Winchester College, Oxford e Stanford – além de seu gosto caro pela moda – e trabalhou para bancos e fundos de hedge, incluindo Goldman Sachs.
Sunak também foi examinado sobre os acordos fiscais de sua esposa Akshata Murty, filha de um bilionário indiano.
O Reino Unido (assim como a Europa) vive uma crise desde que decidiu pelo Brexit e pode estar prestes a entrar em uma recessão. Sunak vai ter um futuro complicado pela frente, pois precisa lidar também com a a catástrofe do inverno, alto custo de vida, em particular com a elevação a partir de outubro de 80% do teto da tarifa de energia e maior inflação em 40 anos. Como proposta de governo, ele defendeu a necessidade de manter os aumentos de impostos decididos por ele mesmo antes de deixar o ministério das Finanças e de oferecer ajudas públicas aos mais necessitados.
Ele deve promover cortes profundos nos gastos para tentar reconstruir a reputação fiscal, no momento em que o país entra em recessão, arrastado pelo aumento do custo de energia e alimentos.