Omar Aziz considera ‘inexplicável’ PF ouvir depoentes um dia antes da CPI
Senador queixou-se de que a depoente Emanuela Medrades, como já ocorrera com Francisco Maximiano, amparou-se na condição de investigada pela PF para permanecer em silêncio
O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse nesta terça-feira, 13, que “é estranho” a Polícia Federal ter tornado Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, investigado na véspera de seu depoimento à comissão, assim como ter colhido o depoimento de Emanuela Medrades, diretora técnica da empresa, horas antes de sua oitiva.
“Não quero aqui fazer um pensamento de que há um movimento da Polícia Federal, mas é estranho. Como jabuti não sobe em árvore, não podemos entender como são feitas essas coisas”, afirmou Aziz.
O senador queixou-se de que a depoente Emanuela Medrades, como já ocorrera com Francisco Maximiano, amparou-se na condição de investigada pela Polícia Federal para permanecer em silêncio.
Para o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), a CPI não pode virar palco para manobras jurídicas. Ele reforçou o entendimento de que Emanuela Medrades não está isenta de responder os questionamentos dos senadores, principalmente em relação aos atos em que ela figura como testemunha.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) classificou como “condução equivocada” a iniciativa da Polícia Federal em tornar Emanuela Medrades investigada pela instituição na véspera do depoimento. Para ela, a decisão tem atrapalhado os trabalhos de investigação da CPI. A senadora pediu que a questão possa ser levada ao encontro dos chefes dos Poderes da República.
A CPI determinou a quebra de sigilo de Emanuela Medrades antes de ela comparecer à comissão como testemunha. Com a decisão, na visão de criminalistas, Medrades passou a ser investigada. Portanto, ela tem o direito constitucional de ficar calada no depoimento, algo que foi criticado pelos próprios senadores.