Primeira-dama de Roraima tenta boquinha de R$ 62,5 mil por mês no TCE
Governador Antonio Denarium (PP) tem atuado fortemente para emplacar sua esposa como conselheira
Esposa do governador Antonio Denarium (Progressistas), a primeira-dama Simone Denarium vai disputar o cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RR).Sua candidatura foi confirmada pela Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), responsável pela indicação. A boquinha pode garantir para a mulher do governador até R$62,5 mil por mês, como divulgou a coluna do jornalista Cláudio Humberto desta quarta-feira, 3.
Caso Simone Denarium leve a disputa, ela se junta a ao menos outras cinco primeiras-damas que assumiram o mesmo cargo em seus respectivos estados. Em março deste ano, a Assembleia Legislativa do Pará aprovou a indicação da advogada Daniela Barbalho, mulher do governador Helder Barbalho (MDB). As esposas dos ministros de Lula (PT) Waldez Góes (ex-governador do Amapá), Renan Filho (ex-governador de Alagoas), Wellington Dias (ex-governador do Piauí) e Rui Costa (ex-governador da Bahia) também são conselheiras de tribunais de contas.
Bolsonarista, o governador Antônio Denarium tem atuado fortemente para emplacar sua esposa como conselheira. Ela disputa a vaga com outros quatro candidatos: os deputados estaduais Jorge Everton (União) e Coronel Chagas (PRTB), o reitor da Universidade Estadual de Roraima (UERR), Regys Freitas, e a advogada e ex-procuradora do Estado Maria da Glória de Souza Lima.
O cargo de conselheiro no TCE é vitalício, com salário de R$ 35,5 mil e auxílios que somam R$ 27 mil. Se aprovada, Simone será responsável por julgar as contas do próprio marido.
Indignado com a concorrente, o deputado Jorge Everton afirmou que a candidatura de Simone Denarium é imoral e ilegítima. Ele protocolou uma representação à Mesa Diretora da Assembleia local alegando sofrer perseguição por parte do governador após se recusar a retirar a própria candidatura.
O Ministério Público de Roraima (MPRR) instaurou, no início de abril, um procedimento para acompanhar e fiscalizar a eleição para conselheiro do Tribunal de Contas.