Relator culpa tempo, após baile da oposição em projeto das Fake News

Orlando Silva minimizou sua culpa por ceder a imposições da oposição e ver frustrada esperança de aprovar com urgência a matéria adiada ontem

Ao minimizar seu fracasso na articulação do governo de Lula (PT) para criar uma lei que censure publicações classificadas como desinformação nas redes sociais, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), dividiu com “o tempo” a sua culpa por ter frustrada a ilusão de que aprovaria a matéria em regime de urgência, após ceder a imposições de oposicionistas para mudanças no texto. Ontem (2), o relator do Projeto de Lei das Fake News, ou “Projeto da Censura”, tomou um baile na Câmara dos Deputados, onde a dança foi conduzida pela oposição liderada pela bancada evangélica e pelo Partido Liberal, com uma “cenoura na vara”, como destacou a coluna Claudio Humberto desta quarta-feira (3).

O jornalista informou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), avaliou que o grupo de opositores impôs condições, que foram atendidas por Orlando Silva, mas não honraram a promessa de apoio. Fato minimizado por Orlando Silva, que na semana passada apressava a tramitação, mas culpou justamente a falta de tempo ao pedir que Lira retirasse de pauta o projeto, após um recuo dos opositores com quem negociou e foi iludido.

Ao discursar, sob protestos da oposição, apelando pelo adiamento da matéria, Orlando Silva lembrou que retirou do parecer publicano na semana passada a proposta de haver uma “entidade autônoma de fiscalização”. E ainda disse ter passado todo o dia de ontem especulando alternativas para que a nova lei tivesse um mecanismo de fiscalização, como garantia de seu cumprimento, por meio de aplicação de sanções.

“Mesmo após todos esses encontros e ouvindo todas as bancadas, nós não tivemos, eu assumo como a minha responsabilidade de relator, tempo útil para examinar todas as sugestões”, explicou Orlando Silva, ao pedir a Lira retirada do projeto da pauta, negando intenção de “fazer gincana”, mas produzir o melhor texto possível, sobre o tema que nega ser de propriedade do governo ou da oposição, mas do Brasil.

O relator seguiu argumentando seu pedido de adiamento como forma de consolidar a incorporação de todas as sugestões que foram feitas pelos deputados, visando alcançar uma posição que unifique o plenário da Câmara dos Deputados, contra desinformação e pela liberdade de expressão, responsabilidade para as plataformas e transparência na internet.

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