Moro brincava de ‘cadeia de festa junina’, ao falar de Gilmar Mendes

Alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que pode lhe render prisão e cassação de seu mandato, o senador Sergio Moro (União-PR) considerou absurda a acusação por crime de calúnia, ao revelar nesta terça-feira (18), que brincava sobre “cadeia de festa junina”, no vídeo vazado com recorte de sua fala sugerindo que compraria um habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.

O senador eleito pelo desempenho como ex-juiz da Operação Lava Jato fez referência a outro trecho de vídeo da brincadeira que motivou a ação penal proposta pela vice da PGR, Lindôra Araújo. E concluiu que nunca acusou Gilmar Mendes de crimes, apesar de divergências sérias com o ministro do STF.

Para Moro, o novo vídeo publicado hoje pelo jornalista da CNN, Felipe Moura Brasil, esclarece tudo: “Brincava-se sobre “cadeia” em festa junina na qual paga-se uma prenda para sair (atenção: não é crime pagar ou receber nesse caso). A não ser que a PGR queira dizer que acusei o Min. Gilmar de “vender” “habeas corpus” contra “prisão” de festa junina, penso que a denúncia é absurda”, defendeu-se o senador, que foi ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Ao ressaltar não estar reiterando calúnia ou injúria contra Gilmar Mendes, Moro considerou que o culpado pela ofensa ao ministro é quem divulgou trechos de sua fala de forma maliciosa, na sexta-feira (14). E detalhou que nunca teve o vídeo que motivou a denúncia.

“Acho estranha e repudio a denúncia relâmpago. Se a PGR tivesse me ouvido antes, explicaria tudo”, concluiu o senador, ao ponderar que não reproduziu o vídeo publicado pelo jornalista. “Se eu postar, do jeito que as coisas andam, é capaz de me prenderem”, afirmou, ao prometer lutar pela Justiça e pela liberdade, para ele e para o eleitor, no Senado.

Veja o vídeo com o contexto da fala de Moro, publicado por Felipe Moura Brasil: