Novos nomes são delatados por ex-diretor da Petrobras
Agora foram citados Eduardo Cunha, Cid Gomes, Delcídio e Dornelles
Considerado o homem-bomba que detonará esquema bilionário de corrupção na Petrobras, o ex-diretor de Abastecimento e Refino Paulo Roberto Costa entregou à Polícia Federal nomes de políticos e empresas que teriam superfaturado em 3% o valor dos contratos da estatal no período em que ele comandava o setor de distribuição, entre 2004 e 2012. A edição da revista IstoÉ desta semana trouxe novos nomes que comporiam a lista delatada pelo ex-diretor: deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o governador Cid Gomes (PROS-CE) e os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e Francisco Dornelles (PP-RJ).
Na semana passada, outros nomes de políticos graúdos da República citados na delação premiada de Paulo Roberto Costa vieram à tona, como os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB). Também compõem a relação o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), o senador Romero Jucá (PMDB-RO), os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP) e João Pizzolatti (PP-SC), o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA) e até o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no mês passado.
Segundo a reportagem da revista IstoÉ, os levantamentos preliminares da Polícia Federal já confirmaram que boa parte da lista de parlamentares e chefes de governos estaduais contemplada, segundo o delator, pelo propinoduto da Petrobras, tem conexão direta com empresas envolvidas no esquema da estatal. Levantamento feito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que cinco empreiteiras acusadas de participar do esquema este ano doaram quase R$ 90 milhões a políticos relacionados ao escândalo.
Procuradas, as empresas envolvidas respondem que as doações ?seguem rigorosamente a legislação eleitoral?. A PF, no entanto, apura a origem dos recursos doados e se, além dos repasses oficiais, houve remessas ilegais. Suspeita-se que as doações eleitorais sejam usadas para lavar e internalizar o dinheiro depositado no exterior. Instada a colaborar, a Justiça da Suíça, país por onde circularam receitas provenientes de superfaturamento dos contratos da Petrobras, já deu o sinal verde para a cooperação.