Tucanos querem convocar Geddel e Rocha Loures para depor na CPMI da JBS

Deputados também querem ouvir o coronel reformado João Batista Lima Filho

Com a maioria da CPI mista da JBS formada por parlamentares de partidos da base, o governo pode ter o PSDB como o principal entrave na comissão. Deputados tucanos tentam levar para prestar depoimentos no colegiado nomes que podem constranger o Planalto, como o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e o coronel reformado João Batista Lima Filho, todos próximos do presidente Michel Temer.

Os três foram implicados na delação premiada de executivos do Grupo J&F e são apontados como intermediários de propina. Deles, apenas Geddel está preso e preocupa o Planalto com a possibilidade de fechar uma delação premiada.

Os pedidos dos tucanos fogem do foco inicial da CPI mista, que vai priorizar o depoimento de delatores e integrantes do Ministério Público envolvidos nas negociações do acordo. Dos 20 requerimentos de convite ou convocação aprovados ontem, 14 são ligados à Procuradoria-Geral da República ou à JBS. Os demais são de integrantes dos governos petistas, como o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho e o ex-presidente da Caixa Jorge Hereda. Nenhum requerimento para convocar delatados foi votado até agora. 

“Estamos preocupados com que a CPMI não se transforme em um ataque ao Ministério Público”, afirmou o deputado Rocha (PSDB-AC), que pede a convocação do Geddel e Rocha Loures. O PSDB preside a CPI mista e tem outras cinco cadeiras no colegiado. Uma, no entanto, está vaga desde que o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) deixou o grupo em protesto contra a escolha do deputado Carlos Marun (PMDB-MS), da tropa de choque de Temer, como relator.(AE)