Tucanos dizem que pesquisa não é motivo para cassação

É que eles preferem que Dilma e Michel sejam afastados pelo TSE

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), afirmou nesta quinta, 6, que o resultado da pesquisa Datafolha – em que a petista registra recorde histórico de desaprovação na série, de 71% – não justifica um afastamento dela do Palácio do Planalto. Mas admitiu que o processo de queda da petista "já se iniciou".

Declarações assim de tucanos têm a ver com a maior esperança do PSDB: que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida pelo cancelamenro do registro da candidatura de Dilma Rousseff (PT) e de Michel Temer (PMDB) a presidente e a vice-presidente, em 2014, em razão do financiamento eleitoral com dinheiro roubado da Petrobras. Nessa hipótese, tanto Rousseff quanto Temer perderiam seus cargos. Se ela renunciar, no entanto, o vice assumirá em seu lugar, e ao PSDB interessa que ambos sejam destituídos e que nova eleição venha a ser convocada.

Cássio disse que ainda não é possível fazer uma "previsão" sobre quando Dilma iria deixar o Planalto. Destacou, contudo, que o governo perdeu as condições de levantar o País.

Para o líder do PSDB, impressionou o fato de que a presidente registrou uma reprovação maior do que o então presidente Fernando Collor de Mello às vésperas do impeachment. 

Indagado sobre o recorde de reprovação de Dilma no Nordeste, reduto do PT desde a chegada ao governo federal, Cunha Lima destacou que o povo da região "sempre teve sabedoria e consciência política". Ele disse que durante muitos anos os nordestinos reconheceram ações do governo, como o Bolsa Família, mas começaram a entender que o projeto do PT é baseado em "corrupção". "Quem defende os pobres não assalta os pobres", disse.

Já o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), chamou a presidente Dilma Rousseff de "ex-presidente" após o resultado da pesquisa Datafolha e defendeu mais uma vez a renúncia da petista como uma saída "honrosa" e a convocação de novas eleições.

"Se resta alguma dignidade à Dilma, a sua saída da Presidência seria mais honrosa e pouparia tempo em busca da reconstrução do País, que não aguenta mais uma ex-presidente vagando pelo Palácio do Planalto", disse.

Para o líder do DEM, a presidente não tem apoio político, popular, credibilidade e capacidade para tirar o País da situação criada por ela mesma, por Lula e pelo PT.