Téo Vilela diz estar quieto, mas perto de decidir se duela com Renan

Ex-governador explica silêncio para decidir se disputa o Senado

Enquanto a maioria dos pré-candidatos intensificam o diálogo com as bases para viabilizar seus nomes e analisar suas chances nas eleições de outubro, o ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) disse não estar conversando “com praticamente ninguém”, sobre a possibilidade de disputar uma das duas vagas de Alagoas no Senado da República.

O ex-senador tucano sabe que tem chances de vitória e garante que seu silêncio não pode ser interpretado como desânimo. Para Téo Vilela, sua quietude é, na verdade, seu momento íntimo de reflexão, que considera necessária para a tomada de decisão que pode mudar os próximos oito anos de sua vida.

O tucano governou Alagoas entre 2007 e 2014. E, se decidir buscar seu quarto mandato de senador, será a primeira vez sem o apoio do senador Renan Calheiros (MDB-AL), de quem deverá ser adversário, após vencer três eleições em dobradinhas históricas vitoriosas.

“Não tenho conversado com praticamente ninguém. Estou muito quieto. Procurarei as bases para comunicar minha decisão que sairá brevemente. A disposição de ser candidato não muda. Estou quieto porque realmente é uma decisão de vida, muito importante. E tenho por hábito, antes de tomar decisões assim, me recolher, ficar quieto. Um procedimento íntimo, meu”, explicou o ex-governador, ao ser questionado pelo Diário do Poder.

Para Téo Vilela, a definição de seu na vída pública não passa por conversar com as bases, nem pela questão eleitoral, embora, afirme ter consciência de que resultado de eleição só se sabe quando se abre a urna. Mas diz ter plena confiança de se defende bem no campo eleitoral, ao citar o bom desempenho nas amostragens de intenção de voto do eleitor.

“Estou na briga. A decisão é uma decisão de vida. Se estou aberto para oito anos de uma empreitada dessa, ou, enfim, ver outras alternativas para minha vida. Mas vou decidir brevemente e, claro, a decisão tomada será abraçada com grande amor e grande emprenho, como tudo o que eu faço”, disse Vilela.

CANDIDATURA NATURAL

Teotonio Vilela Filho é o maior nome do PSDB, depois do prefeito de Maceió e presidente estadual da sigla, Rui Palmeira. Por isso, o espaço para a sua candidatura é natural e, caso decida ingressar na disputa, não precisará, por exemplo negociar espaço com os demais nomes que pleiteiam uma das vagas na coligação que deve ter Rui Palmeira como candidato a governador, contra a reeleição de Renan Filho (MDB). Além do ex-governador, outro candidato natural é o senador Benedito de Lira (PP-AL), que confirma sua disposição de disputar a reeleição, aos 76 anos.

O ex-governador não quis comentar se pesava em sua reflexão o fato de ter se tornado réu da denúncia resultante da Operação Caribdis, que apura o suposto pagamento de propina de R$ 2,1 milhões ao tucano, para beneficiar empreiteiras na obra do Canal do Sertão Alagoano. Mas o Diário do Poder apurou que Téo Vilela não incluiu este fato entre os pontos de reflexão para a tomada de decisão sobre a candidatura, porque o ex-governador está seguro de que provará que não participou de nenhum ilícito.