TCU arquiva investigação interna aberta contra ministros da corte

Raimundo Carreiro e Aroldo Cedraz eram acusados de tráfico de influência

Alegando ausência de provas, o Tribunal de Contas da União (TCU) arquivou nesta quarta-feira, 22, um processo administrativo aberto em 2015 para investigar suspeitas de tráfico de influência e acesso a informação privilegiada dentro da própria corte. Os alvos eram o presidente do TCU, ministro Raimundo Carreiro, o também ministro Aroldo Cedraz, e o advogado Tiago Cedraz, filho deste. 

A suspeita, originada na delação do ex-presidente da empreiteira UTC Ricardo Pessoa, era de que os três fariam parte de um esquema de corrupção que favoreceria a UTC em um processo relacionado às obras da usina de Angra 3 no tribunal de contas.

A proposta de arquivamento foi feita pelo relator, ministro José Múcio Monteiro, e não teve votos contrários no plenário do TCU nesta quarta-feira. O relator afirmou que, de acordo com as conclusões de uma comissão de sindicância que analisou internamente o caso, há "ausência de provas e de confirmação dos supostos atos irregulares que motivaram sua instauração". 

O TCU não descartou a possibilidade de que as investigações sejam reabertas se surgirem informações sobre fatos novos.

Para além da investigação interna, há também um inquérito criminal tramitando sobre o tema no Supremo Tribunal Federal, e um relatório da PF no mês de julho apontou indícios de autoria de crime por parte dos investigados. No entanto, um mês depois, a PF reconheceu que houve um erro na análise de parte das informações do inquérito, relacionadas a chamadas telefônicas, e que as conclusões da PF sobre a investigação poderiam mudar. No Supremo, também são alvos da investigação os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Edison Lobão (PMDB-MA)

Além do arquivamento, o TCU decidiu retirar o sigilo dos autos e encaminhar cópias para o ministro Edson Fachin, relator do inquérito sobre o tema no Supremo Tribunal Federal, bem como para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e para a delegada da Polícia Federal Graziela Machado, responsável pela condução do inquérito que corre no STF. Além deles, será enviada cópia ao deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA). (AE)