Servidores da AGU se voltam contra Adams

Insatisfeitos com salários e com ministro, eles iniciam ‘operação tartaruga’

O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, enfrenta uma rebelião interna que começa a atrapalhar o funcionamento do Executivo no momento em que as crises política e econômica chegam ao seu auge. Ele também é apontado como um dos principais responsáveis pela fracassada estratégia governista de tentar barrar o julgamento das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff no Tribunal de Contas da União (TCU).

Em campanha para equiparar os salários da AGU aos dos funcionários do Judiciário, procuradores e advogados do órgão deflagraram uma “operação tartaruga” velada que tem atrasado a entrega de pareceres necessários à tomada de decisões do de todas as esferas da administração federal. Isso porque as assessorias jurídicas dos ministérios precisam apresentar pareceres sobre medidas e decisões para embasar as ações do Planalto.

O clima de rebelião na AGU vem ganhando uma proporção de “crise jurídica” na Esplanada dos Ministérios. A preocupação dos ministros está na paralisação da análise jurídica de projetos do governo. Por outro lado, há quem diga que os funcionários do órgão estão agindo de forma imprópria para que os servidores tenham aumento.

Servidores também reclamam que a atuação de Adams na AGU tem por objetivo mais auxiliar a gestão Dilma do que o Estado brasileiro. No dia seguinte ao julgamento das contas no TCU, a União dos Advogados Públicos e Federais do Brasil (Unafe) divulgou uma dura nota na qual diz que Adams, “com sua visão distorcida da Constituição, tenta transformar a AGU em um aparelhado órgão de governo” (AE).