Sentimento ‘Fora Renan’ ameaça reeleição em 2018 em Alagoas

Apesar de 'base sólida', PMDB já avalia desgaste em longo prazo

Desde que se transformou no novo alvo principal dos protestos favoráveis ao combate à corrupção, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) passou a se preocupar com uma dificuldade que pode minar suas chances na disputa pela reeleição no cargo de senador em Alagoas: o sentimento coletivo de rejeição do povo às suas práticas políticas.

Já não bastassem as manobras para desfigurar o projeto as Dez Medidas Contra a Corrupção, de iniciativa e dois milhões de brasileiros, Renan foi afastado da Presidência do Senado nesta segunda-feira (5), por decisão do ministro Marco Aurélio Mello do Supremo Tribunal Federal (STF).

O desgaste do senador já o fez ser derrotado nos principais colégios eleitorais de Alagoas, inclusive na capital, Maceió. Ainda assim, um importante integrante da cúpula do PMDB de Alagoas, amigo do senador, disse ao Diário do Poder que o movimento “Fora Renan” vem sendo avaliado como muito mais influenciador da opinião do eleitor, do que das bases políticas de Renan em seu Estado, sempre interessadas no toma lá, dá cá da política partidária.

Ainda que muitos candidatos a prefeitos deixem 2016 magoados com a falta de apoio do líder peemedebista alagoano, a avaliação do PMDB local é que as decisões do STF, que também o tornou réu por peculato na semana passada, têm efeito muito negativo sobre a opinião do eleitor alagoano quanto ao projeto de reeleição em 2018.

“As bases do senador em Alagoas são muito sólidas. Em termos de base política, não tem alteração. O que tem alteração é na questão do sentimento coletivo que, na eleição majoritária conta muito. Mas ninguém sabe qual seria a evolução disso. O sentimento coletivo repercute nas urnas, sem dúvidas”, avaliou o aliado e amigo do senador Renan Calheiros.

Páreo duro

O desempenho de Renan Calheiros nas urnas em 2010 foi decepcionante, apesar de garantir a reeleição. Porque, mesmo com as passagens pela Presidência do Senado, teve menos votos que o então deputado federal Benedito de Lira (PP-AL) eleito em 1º lugar para uma das duas vagas de senador.

Além de lidar com o o desgaste da opinião pública, Renan pode sair em considerável desvantagem se tiver como adversários o próprio  Benedito de Lira, com o ex-senador Teotonio Vilela Filho (PSDB), ou ainda com os dois ministros alagoanos, do Turismo, Marx Beltrão (PMDB), e dos Transportes, Maurício Quintella (PR). Todos pavimentam suas candidaturas sobre a derrocada daquele que já foi o político mais poderoso do Brasil.