Sem peritos, criminosos voltam às ruas

Área de psicopatologia do Instituto de Medicina Legal trabalha com apenas um terço dos funcionários

A falta de peritos no Instituto de Medicina Legal (IML) tem causado um gargalo na Justiça do Distrito Federal. Trabalhando apenas com um terço do número de profissionais necessários para atender a demanda ? três peritos ?, juízes dizem ter de soltar agressores de mulheres e estupradores antes que se consigam fazer o exame de sanidade mental.

O setor de psicopatologia forense do IML é responsável por entrevistar familiares, colegas, vítimas e agressores de mulheres para a elaboração de um laudo médico que pode sustentar a prisão ou até ajudar a família. A cada dia, a unidade recebe, em média, três pedidos para a realização do exame. Porém, o Instituto precisa de dois dias para concluir um laudo.

A carência no número de profissionais é justificada pelo diretor geral do IML, Ricardo Nogueira, pela falta de pediatras no Instituto. Em 2001, a unidade contava com nove especialistas. Porém, muitos se aposentaram e a falta de concurso direcionado também colaborou com que nenhum pediatra entrasse na instituição na última seleção.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios reclama que a carência de médicos beneficia criminosos. ?Estamos priorizando os exames mais urgentes, porque não conseguimos atender a todos. É muito exame para pouca gente?, argumenta Ricardo Nogueira.