Rollemberg negocia apoio do PT na Câmara Legislativa do DF

Mas ainda não se fala em apoio à reeleição do governador

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), negocia um acordo de apoio parlamentar com o PT, na Câmara Legislativa. O objetivo do governador é assegurar uma maioria confortável nas votações que se processam no Legislativo. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

Rollemberg tem mantido reuniões com os três deputados do PT na Câmara, porque o partido tem funcionado como uma espécie de fiel da balança. O GDF tem conseguido, a duras penas, manter um a maioria eventual, nas votações, e o governador que acabar com esse “sofrimento”, segundo expressão de um assessor próximo.

A ideia da negociação surgiu após a constatação de que os três deputados petistas em geral têm votado favoravelmente a projetos do governo, desde que sejam de interesse geral da população. 

Rollemberg manteve reuniões com os deputados petistas Chico Vigilante, Ricardo Vale e Wasny de Roure, que lideram a oposição na Câmara Legtislativa.

Decidido a fazer política, Rollemberg reuniu em almoço, segunda-feira (1º), treze dos 25 deputados que fazem parte da Câmara. Os parlamentares do PT não participaram do encontro.

Ainda não se fala de apoio à reeleição, mas ambos têm um adversário em comum: o ex-vice-governador Tadeu Fillippeli, velho parceiro do PMDB do presidente Michel Temer.

Vigilante não quer cargos
O deputado Chico Vigilantes, uma das principais lideranças do PT no DF, divulgou nota esta manhã em que não nega as conversações, mas afirma que não integra a base de apoio do governo Rollemberg na Câmara. Tampouco tem a intenção de aceitar cargos no GDF.

"Quero deixar claro para a população do DF que, após tanto tempo na vida pública, tenho por norma respeitar a vontade da população e dos eleitores do DF. Em 2014, tivemos uma eleição na qual eu apoiei o então candidato Agnelo Queiroz, do PT. Tenho orgulho der tudo o que foi feito pelo DF em seu governo. Perdemos a eleição no primeiro turno e eu anulei o meu voto no segundo. Minha compreensão é que a população não quis o nosso governo e nos mandou para a oposição", diz a nota de Vigilante.

"Portanto, eu não faço parte da base parlamentar do senhor Rodrigo Rollemberg. Não sou seu inimigo, mas vou continuar me pautando, como sempre, com liberdade e autonomia para analisar e defender o que for de interesse da população", continuou. "Como de costume, tudo o que disser respeito à melhoria das condições de vida da população do DF contará com meu voto favorável. O que não for do interesse sofrerá meu voto contrário. Fomos nós da bancada do PT que impedimos, por exemplo, uma série de reajuste de impostos pretendidos pelo atual governo. Inclusive o IPTU, que subiria até 600%."

Ele afirma também que se posicionará contra as Organizações Sociais (OS): "Para que fique claro, não haverá acordo. Não tem negociação. Sou contra por convicção. Votarei contra e farei tudo o que estiver ao meu alcance para impedir a implantação desse sistema predatório contra a saúde da população no DF."

 

Também, para o reestabelecimento da verdade, não quero indicar nomes para o governo Rollemberg e não aceitarei cargos em sua composição.

Eu não apoio Rollemberg. Apoio, como sempre, a população do DF.