PSDB vê nomeação de Lula como "desespero" e "autogolpe"

Manobra foi recebida como "imenso risco de populismo fiscal"

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), criticou a escolha do ex-presidente Lula para o ministério da Casa Civil. Para o principal partido de oposição ao governo Dilma, a medida é um ato de desespero e um "autogolpe" do governo Dilma. Segundo Cunha Lima, o governo chegou ao fim, mas não tem a capacidade de reconhecer essa situação. O senador explicou que a manobra foi recebida com apreensão e é tida como um "imenso risco de populismo fiscal, o que comprometerá o País nas próximas gerações".

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) foi outro a condenar duramente a decisão da presidente. Nas redes sociais, o senador classificou a nomeação como “uma estratégia descarada de blindá-lo com foro privilegiado, de intimidar a Operação Lava Jato e o juiz Sérgio Moro e de segurar o impeachment”. Para o parlamentar, a medida é uma afronta às manifestações populares do último domingo, que tiveram a presidente e o seu antecessor como principais alvos dos protestos.

“Com essa atitude, nunca antes vista na história do país, o governo da presidente acaba antes da metade do mandato e ela se transforma em mera peça decorativa. A meu ver, a hora é de fortalecer a Lava Jato e respaldar o juiz Moro”, sublinhou. “Estão reduzindo nosso país ao ridículo”.

A nomeação de Lula deve ser publicada em edição extra do Diário Oficial da União ainda hoje (16), quando passará a gozar de foro privilegiado e não mais será julgado pelo juiz federal Sérgio Moro.