Presidente Michel Temer diz que hostilidade não o faria desistir da reeleição

Para Temer, a ida ao local do desabamento foi um ato de coragem e autoridade

Apesar de reafirmar, que ainda não decidiu se vai concorrer ou não a reeleição, "isto vai até julho", o presidente Michel Temer disse que não seria um fato, como o episódio de hostilidade contra ele em São Paulo, que o faria desistir da reeleição. Temer concedeu entrevista para a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Para Temer, a ida ao local do desabamento do prédio em São Paulo foi uma reação de coragem e autoridade. "Não é coragem pessoal. É coragem de autoridade. Quem é presidente da República tem de enfrentar essas coisas. Lamento até que elas ocorram, mas tenho de enfrentar. Eu diria que este fato não é modo de na hipótese, impedir a reeleição. Vale a pena. Não vale a pena. Não é isso". 

Durante a entrevista, o presidente enfatizou a diferença do relacionamento do seu governo com o Legislativo, em comparação ao governo anterior. "Diálogo, em primeiro lugar, com o Poder Legislativo. Porque não havia diálogo do Executivo com o Legislativo. Até diferentemente, o Legislativo era tido sempre como uma espécie de apêndice do Executivo. Nós fizemos diferente. Nós trouxemos o Legislativo para governar juntamente com o Executivo".

Temer comemorou as reformas já realizadas, citando as mudanças obtidas com as reformas do tetos dos gastos, do ensino médio e a reforma trabalhista. "Portanto, a primeira consideração que faço é que grandes reformas foram feitas. Agora, uma das fundamentais é a reforma da Previdência". E declarou que ela pode ter saido temporariamente da pauta legislativa, mas não da pauta política. O presidente acredita que não haverá candidato nessas eleições que não tenha que dizer o que pensa sobre a reforma da Previdência.

E declarou não ser impossível voltar a discutir a medida ainda no final deste ano. "Os deputados e senadores já terão sido reeleitos, enfim, não haveria mais eleições pela frente o que facilita enormemente a votação da Previdência. Então, volto a dizer, se ela não for aprovada agora, inevitavelmente, será aprovada no início do próximo ano".

Em relação ao seu pedido de investigação sobre os vazamentos de informações de inquéritos, o presidente voltou a criticar os ocorrido, para ele isso não deve ocorrer em nenhum setor que seja sigiloso. "O que a Polícia Federal não pode fazer é intervir por meio de vazamentos".

O presidente defendeu a independência dos poderes. "Primeiro, você tem de preservar a harmonia e a independência entre os Poderes, não porque queiramos, mas porque a soberania popular do Estado brasileiro assim determinou e acho que isto está funcionando. Eles hoje funcionam com toda tranquilidade. Não há impedimento ao exercício de nenhum Poder".