Polícia Federal investiga esquema de corrupção de fiscais da Agricultura
Servidora do ministério tinha mesada da empresas que fiscalizava
De acordo com a assessoria da PF, a investigação teve início a partir da denúncia de que frigoríficos e empresas de laticínios fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura teriam sido favorecidas em processos administrativos, "por meio do retardamento na tramitação e anulação de multas".
A Justiça Federal também determinou o bloqueio de contas bancárias e a indisponibilidade de bens móveis e imóveis que somam R$ 2,2 milhões.
A operação foi batizada de Lucas em referência à passagem bíblica que diz “não peçais mais do que o que vos está ordenado”. Os suspeito poderão responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa, cujas penas podem chegar a 12 anos de prisão.
Propina mensal
Investigações da Polícia Federal apontam que uma servidora que chefiava a fiscalização do Ministério da Agricultura recebia uma espécie de mesada de empresas fiscalizadas para bancar "despesas familiares". O vínculo da funcionária com o esquema de corrupção foi identificado por meio de quebras de sigilos fiscal e bancário, informou a PF.
Conforme a corporação, apenas na conta pessoal da servidora foi identificada "uma diferença de mais de 200%" do que ela havia declarado em seu imposto de renda. Os policiais federais também detectaram que o esquema criminoso movimentou cerca de R$ 3 milhões entre 2010 a 2016.