PF deflagra operação em três estados e apreende até avião
Operação Acrônimo investiga suspeita de lavagem de dinheiro
Uma operação para desarticular um esquema de lavagem de dinheiro, batizada de Acrônimo, foi deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (29) em Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Cerca de 400 policiais federais cumprem 90 mandados de busca e apreensão, além do sequestro judicial de um avião particular, turbo hélice, em Brasília.
A PF informou em nota que as investigações tiveram início em outubro do ano passado, quando a corporação apreendeu R$ 113 mil com três pessoas em uma aeronave particular no aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, de Brasília.
Em 8 de outubro do ano passado, foi detido no aeroporto de Brasília o empresário do ramo gráfico Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, conhecido colaborador de campanhas do PT. Ele inclusive teria bancado o aluguel do comitê de campanha, na capital federal, da primeira campanha presidencial de Dilma Rousseff. Na ocasião, foram apreendidos com ele R$ 113 mil em dinheiro vivo. A aeronave foi abordada pelos agentes federais logo após pousar, vindo de Belo Horizonte. Uma denúncia anônima levou os policiais a fazerem o flagrante.
A assessoria da PF ressaltou que o objetivo da operação é procurar provas da suspeita de que os valores que circulavam nas contas de pessoas físicas e jurídicas ligadas aos investigados vinham da inexecução e de sobrepreço praticados pelo grupo em contratos com órgãos públicos federais.
De acordo com os investigadores, os suspeitos usavam com frequência "laranjas" e fracionavam os valores em partes menores, o "smurffing", para ocultar a origem criminosa do dinheiro.
Nos oito meses de apurações, foram analisados os dados obtidos em notebooks, smartphones, tablets e outros dispositivos eletrônicos apreendidos com os suspeitos no aeroporto de Brasília. Foram analisados mais de 600 gigabytes de informações e as cruzaram com outras fontes de base e dados.