Petistas dizem que ação que prendeu Mantega foi "Operação Tabajara"

Líder do PT na Câmara criticou 'espetacularização da investigação'

Deputados do PT afirmaram nesta quinta-feira, 22, que a decisão do juiz Sérgio Moro de mandar prender e depois soltar o ex-ministro Guido Mantega tira a credibilidade da Operação Lava Jato conduzida pelo Ministério Público Federal e pelo Poder Judiciário.

Para o deputado Paulo Pimenta (RS), a prisão de Mantega foi uma “arbitrariedade”, “uma Operação Tabajara” e reforça a tese defendida pelo PT de que o partido é alvo de perseguição política

Segundo Pimenta, apesar de o pedido de prisão de Mantega ter sido feito pela força-tarefa da Lava Jato em junho, ele foi efetivada somente agora por questões políticas. “Se o Mantega fosse uma pessoa que inspirasse risco, perigo de fuga, ninguém esperaria tanto tempo”, disse.

O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), também criticou a espetacularização da investigação e disse que ao voltar atrás da decisão, Moro tenta sair “incólume”, como “bonzinho”. “E a imagem, a família e as pessoas?”, questionou. 

Florence afirma que erros “crassos” e excessos se tornaram rotina nas investigações. “Tem virado regra as exceções”, comentou. O líder petista voltou a dizer que a prisão de Mantega foi um “alto desrespeito ao ser humano” e que as acusações que pesam contra o ex-ministro precisam ser provadas antes que medidas extremas sejam tomadas.

O ex-ministro foi preso quando acompanhava a cirurgia da mulher em um hospital de São Paulo, no início da manhã. Ao decidir soltá-lo, Moro apontou esse como um dos motivos.  “Isso é perverso do ponto de vista humano. Mas tudo vale para atacar o PT”, disse Florence. (AE)