Maluf admite que movimentou conta em Paraíso Fiscal

Prefeitura tenta resgatar US$ 200 milhões desviados

O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) admitiu, pela primeira vez, que controlava conta bancária na Ilha de Jersey. Os advogados da offshore Du­­rant entregaram documentos à Justiça de Jersey afirmando que a família de Paulo Maluf controlava contas na ilha britânica do Canal da Mancha. Na documentação há relatos que o próprio Maluf recebeu comissões nessas contas. Os papéis foram anexados ao processo no qual a prefeitura de São Paulo tenta recuperar US$ 22 milhões que diz terem sido desviados de obras da gestão Maluf, entre 1993 e 1996.

O deputado foi pressionado pelo Deutsche Bank a revelar a origem dos US$ 200 milhões que movimentou no exterior. Tratou pessoalmente com advogados encarregados a dar explicações ao banco e admitiu que controlava uma das empresas que administrou os recursos.

Os advogados da Durant defendem que o dinheiro é lícito e se referia a uma comissão recebida pelo deputado após ele intermediar a venda de empresas. Já os advogados da prefeitura de São Paulo divergem desta versão e sustentam que o dinheiro é fruto de corrupção. O julgamento sobre os valores congelados no paraíso fiscal está previsto para hoje, mas o juiz Howard Page deverá dizer apenas nas próximas semanas se aceita ou não a devolução do dinheiro ao Brasil.