Para Bendine, evento de entrega de recursos da Lava Jato é simbólico

Presidente da Petrobras disse que não há soluções mágicas para a estatal

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, disse nesta segunda-feira, 11, que a Justiça Federal já demonstrou o entendimento claro de que a Petrobras foi vítima dos crimes descobertos pela Lava Jato. Segundo ele, a devolução de recursos recuperados no esquema, feita hoje pela Procuradoria-Geral da República (PGR) "tem uma simbologia muito forte nesse momento muito difícil em que a gente vem passando e também traz um alento da sociedade brasileira".

Em evento na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), foi feita a entrega simbólica de R$ 157 milhões desviados pelo ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco. O valor foi recuperado pela Operação Lava Jato, por meio de acordos de colaboração premiada feitos pelo Ministério Público Federal (MPF). Os recursos foram repatriados de contas secretas que eram mantidas por Barusco na Suíça.

Segundo Bendine, retomar a primeira parcela dos valores desviados mostra que a Petrobras está no caminho certo. "A Petrobras não entende que a condição de vítima deva ser tratada com passividade. Nós estamos colaborando ativamente com as investigações deste o seu início, além de termos aberto por iniciativa própria outras frentes de apuração", disse, ressaltando que a companhia está trabalhando para melhorar os padrões de governança. 

Bendine disse que não há soluções mágicas para a estatal, mas ressaltou que a estruturação de um sistema de aprimoramento permanente da gestão e da transparência vai garantir que os crimes praticados contra a companhia no âmbito da Operação Lava jato não se repitam. Segundo o executivo, ações abertas na Justiça contra ex-empregados, executivos e empresas devem promover a recuperação de cerca de R$ 1,3 bilhão aos cofres da estatal, "além de danos morais, cujos valores ainda não foram definidos".

"Ingressamos como coautores dos processos de improbidade administrativas abertos contra ex-empregados, executivos e empresas. Já apresentamos dois pedidos e nas próximas duas semanas faremos mais três", disse Bendine.

Segundo ele, a estatal recebeu uma orientação clara da presidente Dilma Rousseff. "Não hesitaremos em defender os interesses da companhia diante dos malfeitos e buscaremos sem descanso a reparação integral de todos eles", afirmou. Bendine disse que a companhia está revendo uma série de procedimentos internos, de modo a tomar decisões colegiadas, sobretudo nas contratações de fornecedores, para evitar manipulações. "A Petrobras sairá ainda mais forte (desse episódio)", disse.(AE)