Padre que prometia rituais de santificação é preso na Operação Sacrilégio

Justiça de Anicuns (GO) expediu mandado de prisão sob as acusações de abuso sexual de jovens

A Justiça de Anicuns (GO) expediu um mandado de prisão para o padre Iran Rodrigo Souza de Oliveira. O padre, preso em Caiapônia na Operação Sacrilégio, é investigado pelo Ministério Público (MP) de Goiás pelas acusações de abuso sexual de jovens residentes de Americano do Brasil.

O padre foi detido e encaminhado para Anicuns, onde prestará depoimento ao MP que, além do mandado de prisão, expediu também um mandado de busca e apreensão, que apreendeu um computador, arquivos de mídia, pen drives e um celular. A ordem, judicial foi cumprida pelo promotor Danni Sales Silva, condutor das investigações, e contou com o apoio do Centro de Inteligência (CI) do MP e das Polícias Militar e Civil.

A apuração foi instruída com o depoimento das jovens que teriam sido abusadas pelo padre e por amigos e familiares que conheciam as histórias. As vítimas informaram que alguns abusos foram realizados dentro da casa paroquial de Americano do Brasil, no período que o padre fazia parte da paróquia.

As acusações envolvem violação sexual mediante a aquisição e armazenamento de fotos, vídeos e outras formas de registros contidos de cenas de sexo explícito ou pornografia envolvendo crianças e adolescentes. A apuração da denúncia deve verificar ainda se houve prática de estupro de vulnerável.

O depoimento de uma das vítimas informa que, ao procurar o padre para se confessar sobre o arrependimento de ter perdido a virgindade, recebeu a proposta de participar de um ritual de purificação onde o religioso apalpou a jovem para santifica-la e torna-la virgem outra vez. O contato com a jovem perdurou até o ano seguinte quando o padre voltou a tocar a jovem para se certificar que ela “havia voltado a ser virgem”. Além dos toques, ele teria solicitado diversas vezes fotografias da vítima nua para continuar a conferir o trabalho de “santificação”.  A jovem afirma que os abusos começaram em 2014, quando ela tinha 14 anos.

A vítima registrou a troca de mensagens em uma ata notarial em cartório e também deu uma medida judicial de interceptação telemática, para comprovar as conversas. Foi a partir do monitoramento telemático que a equipe do CI solicitou a identificação do proprietário do número, confirmando se tratar do padre. Os fatos levaram ao requerimento da prisão preventiva e à deflagração da operação.