Oposição critica escolha de Bendine para Petrobras

Lideranças criticam indicação por atual presidente do Banco do Brasil não ser ligado ao setor petrolífero

Lideranças de partidos da oposição no Congresso Nacional classificaram como “decepcionante” a escolha de Aldemir Bendine, atual presidente do Banco do Brasil, para presidir a Petrobrás. “Ele não tem conhecimento de um setor extremamente complexo e não possui estofo para levar a Petrobrás a um patamar de credibilidade que ela necessita neste momento”, avaliou o líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), que considerou o nome “decepcionante”.

O Conselho de Administração da Petrobrás está reunido nesta manhã em São Paulo para definir a composição da nova diretoria da estatal. A expectativa é que a Petrobrás anuncie oficialmente os nomes apenas no fim da tarde, após o fechamento dos mercados.

O deputado lembrou que o episódio do empréstimo de R$ 2,7 milhões autorizado pelo executivo à socialite Val Marchiori quando ela tinha restrição de crédito por não ter pago outro financiamento do Banco do Brasil. Na época, o banco afirmou que a transação foi regular. “Não podemos dizer que é um currículo que o recomende para assumir uma empresa da grandeza da Petrobrás”, disse.

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), baseou seu comentário na reação do mercado financeiro à nomeação e afirmou que a queda nas ações da empresa demonstra que o executivo não tem capacidade para fazer mudanças reais na estatal. “Bendine é um nome sem prestígio e condições de reerguer a empresa. Ele não tem currículo que o credencia e só está onde está pois sempre foi subordinado a questões políticas. Os nomes que poderiam ajudar não aceitam a missão porque Dilma não dá autonomia para uma gestão eficiente e transparente na Petrobrás”, concluiu Caiado.

Os partidos de oposição acreditam que Bendine foi escolhido por seu perfil de “subserviência” à presidente Dilma Rousseff. “Para substituir a presidente da Petrobrás, a exigência maior era escolher alguém da total confiança de Dilma. Ponto. A escolha foi feita”, declarou em nota o presidente do DEM, senador José Agripino (RN). (AE)