Nem terras da Igreja escapam de invasões do MST em São Paulo
Liderado pelo ex-presidiário José Rainha, MST invade terras da Igreja
A igreja arrendou as terras para criação de gado e plantio de melancia. De acordo com um dos líderes da Frente, Rubens Germano, a intenção é obter a gleba para assentar famílias. “Terra de Deus é terra do povo”, disse. É a primeira vez que uma área da Igreja Católica é invadida na região com a maior concentração de conflitos fundiários no Estado.
Através da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Igreja tem dado franco apoio aos movimentos de luta pela terra e protagonizado diretamente ações contra o latifúndio. No Pontal, em ocasiões anteriores, a diocese manifestou apoio à liderança de José Rainha, mesmo nas ocasiões em que ele foi preso por crimes ligados à questão agrária. Procurado pela reportagem, o bispo de Presidente Prudente, d. Benedito Gonçalves dos Santos não foi encontrado.
Na tarde deste sábado, a Frente anunciava ter ocupado vinte propriedades rurais nas regiões do Pontal do Paranapanema, Alta Paulista e Noroeste do Estado, mas a Polícia Militar só tinha informação sobre onze invasões. Entre as áreas tomadas pelos sem-terra estão as fazendas São Luiz e Urupê, do grupo sucroalcooleiro Decasa, em Marabá Paulista.
De acordo com Rainha Júnior, o objetivo é chamar a atenção dos governos estadual e federal para o descaso com a reforma agrária. Um documento com reivindicações foi encaminhado à presidente Dilma Rousseff. A Frente é composta por grupos dissidentes do Movimento dos Sem-Terra (MST), como o MST da Base, e sindicatos rurais ligados à Confederação de Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais (Conafer).