Biggs, "ladrão do século" XX, será enterrado em Londres

Há 50 anos, o britânico participou do assalto ao comboio dos Correios

Morreu na madrugada desta quarta-feira, aos 84 anos, o britânico Ronald Biggs, que se tornou famoso pela participação no assalto ao trem pagador dos Correios, entre Glasgow e Londres, em 1963, e pela fuga, um ano após o crime. O serviço judicial responsável pela sua liberdade condicional anunciou que tinha morrido, segundo uma porta-voz do Ministério da Justiça britânico. A notícia foi confirmada pela nora de Biggs, Veronica, que não informou a causa da morte. Ele já não falava, após uma série de acidentes vasculares cerebrais.  Morreu num lar em East Barnet, no norte de Londres, cidade onde deverá ser sepultado.

Após um ano de prisão pelo crime, Biggs conseguiu fugir em 1965 e viveu como fugitivo durante 36 anos. Passou pela Espanha e Austrália.  No ano de 1970, veio para o Brasil e conseguiu viver no país, embora tenha sido descoberto, porque teve um filho com uma brasileira. De acordo com a legislação, ele não poderia ser extraditado. Ele decidiu voltar ao Reino Unido em 2001, onde foi preso assim que chegou. Em agosto de 2009, porém, a justiça britânica decidiu conceder a liberdade a Biggs, em razão de seu estado de saúde.

O filho que teve no Rio de Janeiro de uma brasileira, que lhe garantiu não ser extraditado, Michael Biggs, ainda não fez comentários sobre a morte. Tem como mensagem no telefone: “Por razões óbvias, hoje não vou atender muitas chamadas”. A última vez que Biggs, conhecido como “o ladrão do século”  apareceu publicamente foi em março no funeral de Bruce Reynolds, o autor do plano de assalto ao comboio postal.