Morre em Quito o premiado tradutor brasileiro Remy Gorga, filho

Ele fez 37 traduções do espanhol, de Cortázar a Vargas Llosa

O jornalista, escritor e tradutor brasileiro Remy Gorga, filho faleceu aos 84 anos de idade, nesta quinta-feira (6), em Quito, onde viveu durante muitos anos. Ele dirigia desde 1990 o Instituto Brasileiro-Equatoriano de Cultura (IBEC), na capital do Equador. Deixa viúva Margarida Gorga.

Remy Gorga, filho, nascido Remi Figureli Gorga, era gaúcho de Pelotas, formou-se em direito na PUC-RS e foi jornalista profissional muitos anos em Porto Alegre no Diário de Notícias, no Correio do Povo, na Folha da Tarde e na Rádio Guaíba; no Jornal do Brasil, n’O Estado de S. Paulo e no Jornal da Tarde, dedicado à crítica literária. 

Ele não ambicionava ser tradutor, mas, a pedido de um colega do JB, que queria ler alguns contos de Julio Cortázar mas não os compreendia completamente, traduziu ao português “Casa tomada”. Não parou mais. Traduziu "Bestiário", que seria a sua primeira tradução publicada, "Casa verde", de Mario Vargas Llosa, uma antologia de contos de Machado de Assis e outra de Clarice Lispector.

Das suas 37 traduções do espanhol, a maioria, 27, é de romances, entre eles 9 de Mario Vargas Llosa, 6 de Gabriel García Márquez e 4 de Silvina Bullrich. Oito traduções são livros de contos, sendo cinco de Julio Cortázar, uma de Adolfo Bioy Casares, uma de Gabriel García Márquez e uma de Mario Vargas Llosa. Também traduziu um ensaio de Vargas Llosa e um livro de artigos de García Márquez. Recebeu duas vezes o prêmio de tradução da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).