Mero leitor de script na CPI, Pimentel nega ter articulado fraude

Ele levou 4 dias para negar seu papel na farsa na qual apenas leu o script

Somente quatro dias depois da denúncia, o relator da CPI da Petrobras do Senado, José Pimentel (PT-CE), ocupou a tribuna, nesta terça-feira, para afirmar que não fez qualquer combinação de perguntas e respostas com investigados pela comissão de inquérito, muito embora não tenha sido acusado disso. Ele  jurou que nunca se reuniu com nenhum depoente da CPI da Petrobras durante o curso da investigação, mas ele não foi acusado disso. É suspeito apenas de ler as perguntas que lhe entregaram, uma espécie de script elaborado por assessores da Presidência da República e da Petrobras.

O caso veio à tona no final de semana após a revista Veja ter revelado um vídeo no qual depoentes representantes da Petrobras revelam que elaboraram perguntas e respostas para os depoimentos da presidente da Petrobras, Graça Foster, e do seu antecessor Sergio Gabrielli, em cuja gestão foi realizada a compra superfaturada da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que, avaliada em US$ 42,5 milhões, foi adquirida pela Petrobras por um valor estimado em US$ 1,3 bilhão.

Em seu discurso, o senador petista disse que a assessoria técnica da CPI “jamais produziu qualquer questionamento com sua respectiva resposta”. Outra vez, Pimentel negou algo que jamais foi mencionado. A acusação não é contra a assessoria técnica da CPI, e sim contra funcionários da Petrobras e da Presidência da República e parlamentares.

“Chegamos a produzir até 130 perguntas por depoente, mas nunca fizemos com perguntas acompanhadas por respostas. Considero qualquer afirmação ou insinuação nesse sentido leviana e irresponsável”, disse José Pimentel, ressaltando que, para preservar o significado do trabalho que vem sendo desenvolvido pela CPI, pediu investigações no âmbito do Senado.