Leite denuncia ‘descompasso’ entre promessas do governo Lula e liberação de recursos
Governador do Rio Grande do Sul pede aprimoramento das medidas de reconstrução do RS
Depois de reclamar da falta de agilidade e da burocracia imposta pelo governo Lula para liberar recursos ao Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB), pediu, em reunião, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o governo aprimore as medidas que já foram anunciadas para a reconstrução do estado após as enchentes registradas em maio deste ano.
Leite ressaltou à imprensa que há um “descompasso” entre o apoio anunciado pelo governo Lula e a efetividade desse apoio na ponta. Ele enfatizou a necessidade de uma melhor coordenação entre os governos e destacou a importância de definir claramente a governança na execução dos projetos anunciados, ou seja, de estabelecer com precisão a responsabilidade de cada obra.
Também participaram da reunião os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Paulo Pimenta, que agora comanda a Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul. Leite destacou as deficiências das medidas federais destinadas ao estado. Apesar de reconhecer os esforços do governo federal, Leite foi claro ao apontar a urgência de revisões em diversos programas que, segundo ele, ainda não estão atendendo às necessidades reais das empresas e da população afetada.
Entre as críticas, Leite mencionou o programa de manutenção de emprego e renda, que, de acordo com ele, está “engessado” por regras que dificultam o acesso das empresas aos recursos. Ele defendeu a ampliação dos critérios para incluir empresas que, embora não tenham sido diretamente alagadas, foram impactadas pela calamidade.
Além disso, o governador gaúcho pediu ao governo petista uma reavaliação das condições dos programas de financiamento que prometem subsídios de juros, mas que, na prática, não têm alcançado a eficácia esperada. Outro ponto de tensão foi a renegociação da dívida dos estados, onde Leite deixou claro que a proposta atual em tramitação no Senado é insuficiente para o Rio Grande do Sul.