Justiça do Rio solta, por engano, amigo de Sérgio Cabral

Luiz Carlos Bezerra seria o operador financeiro da quadrilha

Uma confusão do juiz Vitor Valpuesta, da 3ª Vara Federal Criminal, soltou, por engano, Luiz Carlos Bezerra, preso há uma semana em flagrante por porte ilegal de armas. Ele é apontado pelo Ministério Público Federal do Rio como operador financeiro da quadrilha comandada pelo ex-governador Sérgio Cabral.

A decisão foi ordenada na quarta-feira, 23. A oficial de Justiça se dirigiu ao Complexo Penitenciário de Bangu e cumpriu a soltura do suspeito.

No entanto, o juiz Marcelo Bretas determinou nesta quinta-feira (24) que o suspeito seja preso novamente e "recolhido em local que não lhe permita o contato com os demais presos desta operação, tendo em vista que durante o período em que esteve em liberdade pode ter obtido informações que, se compartilhadas, podem acarretar prejuízo às investigações".

Recai sobre Bezerra o mandado de prisão preventiva em razão dos fatos apurados na Operação Calicute e ele não poderia ter sido solto.

Segundo as investigações, Bezerra, que é amigo de infância de Sérgio Cabral, seria um dos responsáveis por recolher a propina do grupo e administrar os recursos.

O relacionamento dos dois era tão próximo que Bezerra era o responsável pelo pagamento de despesas pessoais do governador e até de seus familiares. Foi Bezerra quem quitou, por exemplo, a fatura com a empresa de cachorro quente do filho do ex­-governador.

A existência de Luiz Carlos Bezerra foi revelada em uma foto de Cabral e o empreiteiro Fernando Cavendish, dona da Delta, em Mônaco.