Como todo político em campanha, o estômago de Jânio Quadros tudo aceitava sem direito a queixas e ele se derramava em elogios, às vezes imerecidos. Foi o caso da torta de odor suspeito oferecida pela mulher de um prefeito, no interior de São Paulo. Ele mentiu:

– Que delícia! Seria ótimo outro bocado para a viagem de amanhã!

Ao amanhecer, quando se preparava para partir, recebeu da orgulhosa senhora uma nova torta. Jânio agradeceu, comovido, até enxugou uma lágrima inexistente. Mas a atirou no lixo, tão logo dobrou a esquina.