Inflação mais alta não será surpresa, diz Alexandre Tombini
Presidente do Banco Central prometeu fazer o que for necessário para segurar ritmo de alta dos preços
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse nesta quinta-feira, 11, que a inflação em 12 meses tende a se manter elevada na esteira do realinhamento dos preços relativos da economia. “Não deveria ser tomado como surpresa nos próximos meses que a inflação fique maior do que a atual”, pontuou. Ele afirmou que o Banco Central fará “o que for necessário” para viabilizar um cenário de inflação mais benigno no período de 2015 e 2016.
A principal arma nas mãos da autoridade monetária para conter a alta de preços é a política de juros. Atualmente, a taxa básica está em 11,75% ao ano e deve continuar em alta.
Em almoço de fim de ano da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Tombini reafirmou os prognósticos que aparecem na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta manhã, e por ele mesmo em audiência no Congresso na última terça-feira. Pelas projeções, a inflação seguirá alta nos próximos meses mas ainda em 2015 iniciará um longo período de declínio.
Crescimento. Tombini disse que para que a economia retome um ciclo virtuoso é preciso que o Brasil enfrente três desafios. “Um deles é consolidar a inclusão financeira. Também é importante fomentar a criação de produtos e o hábito de poupar”, destacou.
Para Tombini, um segundo desafio é “ampliar o financiamento a pequenas e médias empresas”, pois são muito importantes na geração de empregos no País e para o nível de atividade. “Um terceiro desafio é integrar ainda mais o mercado de capitais a investimentos de longo prazo.”
O presidente do BC também destacou que há uma agenda microeconômica que o governo pode trabalhar com o setor privado, o que ajudará no processo de evolução da economia. Ele fez os comentário durante discurso no almoço de confraternização de fim de ano realizado pela Febraban.
De acordo com ele, embora situação mundial seja complexa, ela “tende a colaborar para a inflação convergir à meta no horizonte relevante”. Segundo ele, parte dessa complexidade externa vem, entre outras coisas, do baixo preço do petróleo, que pode acentuar o risco de deflação em economias avançadas e ser um fator de ajuda na convergência dos preços no Brasil. (AE)