Governo quer encolher presença do país no exterior

Para deputado, governo do PT faz novamente política às avessas

Depois da política de onipresença diplomática no exterior, o governo petista anunciou a criação de um órgão para reavaliar a participação brasileira em organismos internacionais com o objetivo de cortar gastos. “O governo do PT faz novamente uma política às avessas, não faz o dever de casa e protela o que deve ser feito, que é reduzir o enorme gasto do governo – que gasta muito e gasta mal – e dá uma sinalização, quase que ilusória, de que vai reduzir despesas cortando presença em importantes organismos internacionais”, criticou o deputado Carlos Melles (MG).

A Comissão Interministerial de Participação em Organismos Internacionais (Cipoi), anunciada nesta semana, pretende realizar um levantamento da situação financeira do país nos mais diversos organismos internacionais dos quais o Brasil participa. O ministério do Planejamento fez um levantamento no ano passado que apontava que, apenas com a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), o país tem uma dívida que ultrapassa US$ 260 milhões.

Segundo Melles, o mundo moderno, globalizado, pressupõe integração entre os países, e os organismos internacionais cada vez merecem mais respeito no sentido da boa governança e de redução de desigualdades. “E o Brasil vai na contramão desse processo, ao reduzir sua presença nessas organizações”, pontuou. Ele deu o exemplo da OIC (Organização Internacional do Café), da qual o Brasil é um dos principais players, como um caso clássico de harmonização e valorização entre países produtores e consumidores de café e que beneficiavam o mundo. “Abrir mão de participar de fóruns deste tipo é um erro”, analisou.

Para o deputado mineiro, a política externa brasileira há muito anda sem rumo. “O governo petista desenhou uma lógica própria de relações exteriores, privilegiando ligações com países alinhados ideologicamente, em detrimento do melhor interesse para o Brasil”, avaliou. “Isso que temos quadros de excelência em nossa diplomacia, que é reconhecida no mundo todo como das mais eficientes”, argumentou. 

De acordo com o parlamentar, a crise criada pela má gestão petista tem reflexos também no exterior e enfraquece a imagem do país no estrangeiro. “O Brasil perde força no cenário global com essa política errática”, ponderou. “Se antes pecou por excesso, agora pode errar por omissão, esvaziando a presença brasileira em organismos internacionais”, sustentou. “A diplomacia precisa de equilíbrio, algo que esse governo não tem”, finalizou.