Governistas obstruíram votação da convocação de Lula
Petistas enrolaram por mais de 4h e requerimento não foi votado
Com 427 requerimentos na pauta, incluindo as convocações do ex-presidente Lula e dos ex-ministros da Casa Civil Antonio Palocci e José Dirceu, a reunião da CPI da Petrobras na Câmara foi marcada por um "show de talentos" da bancada petista, como disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Sabedores da existência de um ato da Mesa Diretora da Casa que impede as deliberações de qualquer comissão após o início da Ordem do Dia no Plenário, os parlamentares do PT fizeram, durante mais de quatro horas, uma enxurrada de discursos vazios, discutindo todos os pormenores de cada um dos requerimentos postos em votação.
O motivo de tanto empenho era enrolar ao máximo a reunião iniciada às 10h para impedir a convocação de Lula e outras estrelas do PT. Logo no início, o relator, Luiz Sérgio (PT-RJ), apresentou uma lista com 62 requerimentos com preferência na votação, sem incluir Lula, Dirceu e Palocci. Posteriormente, em menor número, a sugestão da oposição de votar em bloco foi vencida e os requerimentos passaram a ser apreciados um a um, contra a vontade do presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB). "Se a Ordem do Dia do Plenário começar, não poderemos votar mais nada", disse.
Acusados por Lorenzoni de tentar enrolar a reunião, o líder do PT na CPI, Valmir Prascidelli (SP), disse apenas que a medida não era protelatória, pois ele não tinha obrigação de saber quem são as pessoas mencionadas. "É preciso que cada autor de requerimento explique", justificou.
A CPI aprovou as convocações do presidente do Coaf, do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, além de DAvi e Daniel Fefefr, ex-sócios da Suzano Petroquímica, adquirida pela Petrobras um ano após a compra de Pasadena, e de pessoas ligadas ao doleiro Alberto Youssef. As votações foram suspensas às 14h37 pelo presidente e deram continuidade ao depoimento do diretor de Operações da Sete Brasil, Renato Sanches Rodrigues (acompanhe abaixo, ao vivo)