Governador à época de dupla atividade, Dias defende Fachin

Jurista participa de sabatina no Senado por aval ao Supremo

O relator da indicação de Luiz Fachin ao Supremo Tribunal Federal no Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR), saiu em defesa do jurista na sabatina realizada nesta terça-feira, 12, e afirmou que seria "oportunismo eleitoral" rejeitar seu nome. "Seríamos indignos do apreço popular se, de forma oportunista, nos colocássemos contra (Fachin) apenas para alvejar a presidente da República no momento da grave impopularidade que ostenta", afirmou o tucano, que tem defendido o nome do conterrâneo no Congresso. A sabatina está em andamento no Senado.

"Evidentemente respeito aqueles que, não o conhecendo, procuram ostentar no campo da oposição, procuram questioná-lo, inquiri-lo. Não fosse esse ambiente (político) no País, certamente, não teríamos essa contestação virulenta e desarrazoada", disse o tucano, chamando de "contorcionismo jurídico" as críticas a Fachin. "Não fosse esse momento dramático da vida nacional o indicado pela presidência seria aclamado nessa reunião", disse Álvaro Dias.

Apesar de o PSDB estar contra o nome de Fachin, Dias está em campanha pelo jurista, a quem concedeu um parecer favorável em seu relatório apresentado na CCJ. Seu partido, no entanto, é contrário à indicação. O senador tucano resolveu apoiar Fachin depois de apelos que recebeu da sua base eleitoral, no Paraná. Apesar de ser gaúcho, o jurista fez carreira no Estado de Dias e é praticamente uma unanimidade no meio jurídico paranaense.

O senador pediu que a CCJ não coloque o interesse "motivado pela paixão político partidária" à frente do interesse público. Dias leu questões enviadas por internautas em sua página nas redes sociais, sempre defendendo o advogado. O tucano disse, por exemplo, que "em muitos momentos" Fachin esteve contra o PT.

Ao mencionar a suposta proximidade entre o jurista e movimentos sociais, citou que Fachin também foi integrante da Câmara Arbitral da Sociedade Rural Brasileira e federações de indústrias.

Senadores da base apostam que o placar final da votação após a sabatina será de 20 votos a favor e 7 contra a indicação. Apesar da aprovação com folga estimada na CCJ, petistas têm demonstrado preocupação em relação à postura que será adotada pelo PMDB no plenário. Como a votação é secreta, os parlamentares consideram que fica mais difícil rastrear quem votou contra a indicação da presidente Dilma Rousseff no plenário, quando opinam os 81 senadores. (AE)