Gilmar Mendes relatará inquérito sobre Aécio; Cunha fica com Toffoli

PGR pediu para investigar os dois por fraude em Furnas

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes foi sorteado para relatar o pedido de inquérito contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por suposto envolvimento com fraudes na estatal Furnas Centrais Elétricas.

No mesmo caso está o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O pedido de investigação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, será relatado pelo ministro Dias Toffoli.

A solicitação de Janot tem como base a delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS), que relatou irregularidades em Furnas envolvendo Aécio Neves e também Eduardo Cunha.

O ex-senador afirmou, em relação a Aécio, que “sem dúvida” o presidente nacional do PSDB recebeu propina em um esquema de corrupção na estatal de energia Furnas que, segundo o delator, era semelhante ao da Petrobrás, envolvendo inclusive as mesmas empreiteiras.

Delcídio tem experiência no setor elétrico, conhece o ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo, apontado como o responsável pelo esquema de corrupção, e disse ter ouvido do próprio ex-presidente Lula, em uma viagem em 2005, que Aécio o teria procurado pedindo que Toledo continuasse na estatal.

O ex-líder do governo também ligou o presidente da Câmara a Furnas. O senador disse “Eduardo Cunha tinha comando absoluto da empresa, acredita que ele tenha recebido vantagens ilícitas”.

“Em relação a Furnas, Dilma teve praticamente que fazer uma intervenção na empresa para cessar as práticas ilícitas, pois existiam muitas notícias de negócios suspeitos e ilegalidade na gestão da empresa; que, ao que parece, “a coisa passou da conta”; que atualmente em Furnas praticamente toda a diretoria é de confiança de Dilma Rousseff; que a atual diretoria e absolutamente técnica e vários nem são de Furnas; que questionado até quando durou o esquema de ilegalidades de Furnas, respondeu que até uns quatro anos atrás, quando Dilma mudou a Diretoria, ou seja, ate a penúltima diretoria; que esta mudança na diretoria de Furnas foi o início do enfrentamento de Dilma Rousseff e Eduardo Cunha, pois este ficou contrariado com a retirada de seus aliados de dentro da companhia”, afirmou Delcídio em sua delação.