Gilmar Mendes é elogiado por colegas ao se despedir da presidência do TSE

Ministros da corte elogiam coragem e obstinação do magistrado

O ministro Gilmar Mendes se despediu da Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira, 1, e recebeu elogios de seus pares por sua ‘coragem, eficiência e capacidade de trabalho’. Mendes, ministro também do Supremo Tribunal Federal (STF), tem anos no TSE: dois mandatos de dois anos como substituto e dois mandatos de dois anos como titular.

Ele reconheceu, em seu discurso de despedida, que viveu, de dentro da instituição que comanda as eleições, um dos períodos mais atribulados da democracia brasileira.

Representando a advocacia, o ex-ministro do TSE na vaga de advogado Marcelo Ribeiro falou na “independência e altivez” do ministro. “O bom juiz não lava as mãos nem aceita a condenação popular”, disse Ribeiro sobre o agora ex-presidente do TSE.

O ministro Luiz Edson Fachin, substituto na corte, elogiou, além da eficiência na condução da corte, a “natureza intimorata” do ministro Gilmar. "Se eu tivesse que traduzir em uma expressão o que sinto, diria que é um sentimento de orfandade", lamentou o ministro Napoleão Nunes Maia Filho.

Tarcísio Vieira, que ocupa uma das vagas reservadas à advocacia, falou na “obstinação” e na “determinação” de Gilmar e disse que ele é vítima de injustiças perante a opinião pública. “O ministro Gilmar não é só uma enciclopédia jurídica. Seu humanismo é também gigantesco. É um ser humano afável, sensível, gentil, emotivo, simples, cultor das amizades, bem diferente do que pode parecer a alguns desavisados”, disse.

Sobre ser conhecido pelo "senso comum" por "um amante dos debates ácidos, das exasperações, da contundência verbal”, segundo o ministro Tarsísio, Mendes afirmou: “Sou um homem pacífico, por demais respeitoso, mas também de sólidas convicções”. “Se o preço a ser pago para a edificação do interesse público for de assumir o risco de ser confundido com algo que não sou, nada a lamentar: pagarei o preço que se ajustar.”