FMI piora previsão de queda do PIB brasileiro para 3,8% em 2016

Para 2017, crescimento do Brasil será nula, estima o órgão

O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou sua estimativa para a contração da economia brasileira em 2016. Em relatório divulgado nesta terça-feira (12), o órgão prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do país vai encolher 3,8%. A previsão anterior, de janeiro desse ano, era de 3,5%.

Em 2017, o FMI prevê um crescimento nulo para a economia brasileira, sem alterações em relação à estimativa de janeiro.

As previsões para 2016 são muito piores do que as do conjunto da América latina e Caribe, que em 2016 terão uma contração econômica média de 0,5% (dois décimos a mais do que as antecipadas em janeiro).

O México, outra grande economia da região, crescerá 2,4% em 2016 e 2,6% em 2017 (dois décimos e três décimos a menos, respectivamente, do que o antecipado em janeiro). As economias emergentes e em desenvolvimento, registrarão nesse ano um crescimento de 4,1% e em 2017 de 4,6%.

"A recessão no Brasil é pior do que o previsto", aponta o relatório. O país, que demonstrou resistência à crise econômica e financeira global de 2007-2008, foi abalado nos últimos anos pela desaceleração da China e pela queda dos preços das matérias-primas.

Internamente, se encontra em uma grave crise política, que poderá custar o cargo à presidente de esquerda Dilma Rousseff, pelas chamadas "pedaladas fiscais". O país vive desde 2014 ao ritmo de sucessivas revelações sobre o megaescândalo de corrupção na Petrobras.

Após o recuo do PIB em 2015, o Brasil registrará seu primeiro biênio recessivo desde os anos de 1930.