Ex-Camargo Corrêa diz que Petrobras poderia ter evitado 'conluio'
Ex-empreiteiro alega que a Petrobras não forçou a concorrência
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, Dalton Avancini, ex-diretor-presidente da Camargo Corrêa, afirmou que o grupo de empresas envolvidas no esquema de corrupção já era conhecido e que a estatal poderia ter forçado uma concorrência maior entre as empresas com medidas técnicas para evitar o "conluio". "Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras) tinha condições de saber que havia combinação entre as empresas. Ele poderia ter tomado medidas (contra o cartel)", concluiu.
Avancini disse que outras empreiteiras, como a Odebrecht, estão envolvidas no esquema investigado pela Operação Lava Jato. "Não tenho sentimento de vingança contra a Odebrecht ou qualquer outra empresa. Infelizmente a verdade é um pouco mais dura do que eles estão dispostos a assumir", declarou, lembrando que já há uma investigação em curso sobre o envolvimento de outras empresas.
Avancini relatou que a propina era incluída no preço das obras contratadas pela Petrobras, embora o custo dos empreendimentos ficasse abaixo do teto estabelecido pela estatal. Segundo o ex-diretor-presidente, a propina era cobrada independentemente se as empreiteiras tinham prejuízo ou lucro com as obras porque já havia um acerto inicial com as diretorias de Abastecimento e Serviços. (AE)