Ex-amante do doleiro Alberto Youssef é finalmente indiciada na Lava Jato

Taiana é suspeita de ter cometido os crimes de lavagem ou ocultação de bens, valores e direitos de Youssef

A modelo Taiana de Sousa Camargo, ex-amante do doleiro Alberto Youssef foi indiciada pela Polícia Federal, na segunda (13), pelos crimes de lavagem ou ocultação de bens, valores e direitos de Youssef.

No entendimento da PF, o doleiro transferiu para Taiana um apartamento em São Paulo, que o relatório destaca ter o valor estimado, atualmente, de R$ 871.733.66. Além da sociedade no  restaurante Aracari, Youssef fez isso com intuito de esconder seu patrimônio.

Em 2011, Youssef presenteou a namorada com um carro da marca BMW 2007 e pagava algumas de suas despesas, como a mensalidade da escola de seu filho e seu condomínio.

O delegado Ivan Ziolkowski afirma que a modelo tinha conhecimento das atividades ilícitas de Youssef. "Ou, ao menos, era presumível que soubesse delas".

A polícia destaca as diversas tentativas de ouvir a modelo sem obter êxito, “Intimada em 3 de março de 2016, não compareceu pedindo para ser ouvida por precatória. Expedida carta precatória, não compareceu às oitivas marcadas para o dia 25 de julho de 2016, apesar da intimação. Em nova intimação para o dia 6 de outubro de 2016, obteve-se a informação que se encontrava no exterior. A carta precatória foi devolvida sem cumprimento. Taiana deixou o País dia 11 de julho de 2016, retornando dia 23 de dezembro de 2016”.

No relatório da PF a declaração de Imposto de Renda de Ajuste Anual/Ano 2010, de Taiana, aponta recebimento de RS 44.894,00 de Pessoa Física no Exterior. Em 2011 foram transferidos R$ 62.991 mil à modelo.

“Ainda em 2011, Taiana apontou na sua declaração anual um patrimônio total em 31 de dezembro de 2011 de R$ 98.940,04. Chama a atenção, no entanto, que na declaração de 2012, declarou que seu patrimônio na mesma data de 31 de dezembro de 2011 totalizava R$ 1.098.500,00. Ao que tudo indica introduziu valor injustificado como Saldo em Giro e Domicílio para justificar o apartamento que recebeu de Alberto Youssef em 2012”, destaca Ziolkowski.

Para a Polícia Federal, há ‘prova indiciária de má-fé’ ao ocultar a origem do patrimônio. 

Alberto Youssef está perto da liberdade

O doleiro foi o primeiro preso da Operação Lava Jato em março de 2014. Foi condenado em nove processos, e a soma de suas penas chegou a 121 anos de prisão. Entretanto, após colaborar com a Justiça com acordo de delação premiada, a pena foi reduzida para três anos em regime fechado.

Em novembro do ano passado, após dois anos e oito meses de prisão, o juiz federal Sérgio Moro permitiu a Youssef concluir os últimos quatro meses em regime domiciliar com o uso de uma tornozeleira eletrônica.

Sendo assim, após quatro meses, o doleiro está perto de conseguir a liberdade.