Entidades de classe mostram preocupação e repúdio sobre Cardozo na AGU

Procuradores tiveram lista tríplice ignorada pela presidente Dilma

A escolha de José Eduardo Cardozo para chefiar a Advocacia-Geral da União (AGU) recebeu críticas tanto de representantes dos advogados da União quanto de procuradores. O Sinprofaz (Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional) afirmou que a notícia foi recebida por milhares de membros da advocacia pública federal com "grande pesar e surpresa", pois deveria ser feita por meio da lista tríplice formada por membros da AGU e enviada ao Planalto na última sexta (26 de fevereiro). Segundo a entidade, a nomeação de Cardozo é um "retrocesso inaceitável" já que, com a iminente saída de Luís Adams, a Presidência e a Casa Civil foram informadas da compilação da lista tríplice, mas ignoraram as sugestões de Laudemir Gomes da Rocha, procurador do Banco Central, e dos procuradores federais Galdino José Dias Filho e Carlos Marden Cabral Coutinho.

A ANAUNI (Associação Nacional dos Advogados da União) foi menos incisiva, apesar de demonstrar preocupação com a indicação. Como serã, em breve, chefiados pelo ex-ministro da Justiça, a entidade acredita que Cardozo está ciente do "delicado momento no qual se encontra a AGU" e espera manter um diálogo profícuo com o escolhido de Dilma. De acordo com a ANAUNI, a expectativa é que a experiência parlamentar do novo chefe ajude a valorizar a categoria que alega ter gerado economia de R$ 3 trilhões aos cofres públicos "por meio de uma otimização da defesa da Fazenda Pública Federal".