Enterro de coronel torturador será em Nova Iguaçu, no Rio

Malhães foi assassinado na última quinta (24), no sítio onde morava em Marapicu

Está previsto para este sábado (26), às 15h, o enterro do coronel da reserva do Exército Paulo Malhães, no cemitério de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, de acordo com a funerária São Salvador. Ex-integrante de órgãos de repressão política da ditadura, Malhães foi assassinado na quinta, no sítio onde morava em Marapicu, zona rural de Nova Iguaçu.

A Polícia Civil não descarta nenhuma possibilidade para a morte do coronel, desde homicídio por motivo de vingança a latrocínio (roubo seguido de morte). A possibilidade de a morte ter relação com o depoimento de Malhães na Comissão da Verdade também é investigada. Na ocasião, ele afirmou ter participado de torturas, assassinatos e desaparecimentos de militantes políticos, inclusive dos restos mortais do ex-deputado Rubens Paiva.

À Comissão da Verdade, ele também contou detalhes sobre o funcionamento da Casa da Morte de Petrópolis, na Região Serrana fluminense, um centro clandestino de tortura e homicídios mantido pelo Centro de Informações do Exército (CIE).

Histórico

Na tarde da última quinta-feira (24), três homens invadiram o sítio de Malhães e fizeram ele, a mulher Cristina Batista Malhães e o caseiro Rogério de reféns por nove horas. Os criminosos levaram dois computadores, pelos menos três armas antigas colecionadas pelo militar, um aparelho de som, joias e cerca de R$ 700,00 em dinheiro.

Malhães foi mantido em seu próprio quarto, onde foi encontrado morto supostamente por asfixia. O corpo estava de bruços, com o rosto contra um travesseiro e apresentava sinais de cianose, que são características de sufocamento. Os criminosos amarraram Rogério e Cristina e foram embora depois do crime. AE