Dilma pede ao TSE responsabilização do PSDB por 'uso político' da Justiça

Advogados alegam que tucanos recorrem por inconformismo eleitoral

A estratégia da presidente Dilma Rousseff no processo que pede a cassação da chapa vencedora nas eleições presidenciais de 2014 é partir ao ataque contra o PSDB – que moveu a ação contra ela e o vice Michel Temer.

A defesa da petista será protocolada ainda nesta quinta-feira, 18, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os advogados da presidente pedirão a responsabilização do PSDB pelo "manejo temerário" da Justiça. Eles alegam que a legenda adversária recorre ao TSE por inconformismo eleitoral.  

Um dos pontos levantados pela defesa é de que, mesmo que os recursos da campanha sejam oriundos de corrupção, o comitê financeiro da campanha não teria como saber. Segundo a defesa, se as empresas investigadas pela Operação Lava Jato que doaram recursos para a campanha obtiveram dinheiro de forma ilegal, a chapa que recebeu a doação não pode ser punida por isso. "Se o doador obteve recursos de forma ilícita, como alegam os autores, essa ilicitude não se projeta sobre o donatário".

Os advogados também ressaltam que as mesmas empresas que doaram recursos para a campanha do PT também repassaram verba para "quase todas as campanhas mais importantes, e de forma substancial para a campanha dos autores". O argumento segue a tese apresentada pela defesa do vice-presidente Michel Temer, oferecida ao TSE na semana passada, que aponta recebimento de R$ 40 milhões, doados pelas mesmas fontes ao PSDB para a campanha de 2014.

Segundo os advogados de Dilma, não há até agora qualquer informação, nem em depoimentos, nem em termos de colaboração premiada, que de a presidente tenha participação direta ou indireta no esquema investigado pela Lava Jato. "O mesmo não pode ser afirmado em relação ao adversário Aécio Neves, cujo nome já fora mencionado, no âmbito da Operação Lava Jato em depoimentos de Alberto Youssef, Carlos Alexandre de Souza Rocha (vulgo 'Ceará') e Fernando Moura", aponta o documento.

A defesa da presidente argumenta que não existem provas de abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral de 2014 e que a ação é baseada em "ilações fantasiosas". Com informações da Agência Estado.