Cunha se nega a fazer exame para comprovar aneurisma, diz Depen

Ex-presidente da Câmara relatou doença em depoimento a Moro

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se negou a fazer exames médicos para comprovar a existência de um aneurisma que ele alegou ter no cérebro. O político falou sobre a doença ao juiz federal Sérgio Moro durante uma audiência da Operação da Lava Jato, na terça-feira, 7.

Segundo o diretor do Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen), Luiz Alberto Cartaxo de Moura, é a segunda vez que o peemedebista se nega a ser examinado. Por conta da nova recusa de Cunha, Luiz Alberto afirma que "uma pena leve será colocada na sua ficha carcerária". A defesa de Cunha afirma não ter sido informada sobre os exames médicos.

Nesta quarta-feira, 8, os advogados de Cunha informaram que pediram à família os exames que diagnosticaram o aneurisma dele e que a documentação deve ser juntada ao processo. Eles também haviam pedido, um dia antes, a liberdade do cliente.

Documentos falsos

Eduardo Cunha já foi investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente ter falsificado documentos para barrar uma investigação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro sobre irregularidades atribuídas à sua gestão no comando de uma estatal fluminense entre 1999 e 2000. O peemedebista foi denunciado pelo então procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

O processo no TCE-RJ foi suspenso depois que o deputado cassado apresentou uma certidão de arquivamento das investigações no Ministério Público Estadual. O seu advogado à época, ministro Alexandre de Morais (indicado pelo presidente Michel Temer para a vaga de Teori Zavascki no STF) argumentou que Cunha não tinha conhecimento prévio da falsificação. O responsável pela fraude, segundo ele, foi o procurador Elio Fischberg. A defesa ressaltou que o deputado colaborou para que o caso fosse esclarecido e que o próprio Ministério Público aceitou a veracidade da certidão.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) o absolveu, por unanimidade, em agosto de 2014. O caso foi relatado no Supremo pelo ministro Gilmar Mendes.