Cunha arrola Temer como testemunha em caso da Caixa

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) arrolou o presidente Michel Temer como testemunha em ações penais relacionadas a operações que investigam suspeitas de irregularidades envolvendo a Caixa Econômica Federal. A ação corre na 10ª Vara de Brasília. O juiz federal Wallisney de Souza deu cinco dias para Cunha enviar as perguntas ao presidente.

As ações penais são relacionadas às operações Sépsis e Cui Bono, ambas que investigam suposto esquema de corrupção no FI-FGTS (Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), fundo bilionário gerido pela Caixa Econômica.

Além de Cunha, que está preso em Curitiba no âmbito da operação Lava Jato, também figuram como denunciados nos processos da operação Sépsis o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, o doleiro Lúcio Funaro e o sócio de Funaro, Alexandre Margottoo e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB).

Na mesma decisão, o juiz Vallisney também marcou para o dia 29 o depoimento de Joesley Batista, dono da JBS, como testemunha de defesa de Funaro e Margotto no processo.

De acordo com as investigações, o esquema envolvia a liberação de recursos da Caixa para as companhias por meio de direcionamento político, com participação de Cunha, em troca de pagamento de propina.

Temer já havia sido arrolado como testemunha de defesa de Cunha em outra ação, mas os questionamentos foram desconsiderados pelo juiz federal Sério Moro, condutor da Lava Jato na primeira instância, em decisão de fevereiro.