Cristovam sugere Joaquim Barbosa à frente do plebiscito
A ideia do senador do PDT-DF é que juristas elaborem as questões
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) sugeriu em Plenário nesta segunda-feira (1º) que o plebiscito proposto pela presidente da República, Dilma Rousseff, para consultar a população sobre a reforma política contenha as perguntas que o povo quer saber e não aquelas que a classe política quer que sejam respondidas. O senador afirmou que é ?muito fácil? manipular as perguntas para se conseguir dos eleitores as respostas que respaldem a reforma de interesse dos políticos. É preciso, no entanto, fazer as perguntas certas para ouvir de fato o que o povo quer que seja mudado na política brasileira.
– Se vamos consultar o povo, vamos consultar com todas as perguntas que o povo hoje tem sobre o funcionamento das nossas instituições. Não vamos colocar apenas as perguntas que nos interessam ? defendeu, afirmando que ?nenhum democrata? pode ser contrário à ideia da presidente de consultar a população sobre a reforma, que já é necessária há alguns anos.
Na avaliação de Cristovam, o que o povo quer saber é como serão eleitos seus representantes; como eles trabalharão; como serão fiscalizados e como serão punidos se não agirem de forma correta.
Entre os temas a serem perguntados à população o senador listou o foro especial para autoridades, a proibição de coligações partidárias nas eleições proporcionais, o valor do teto de salários dos servidores públicos, a possibilidade de o eleitor cassar um político eleito, o decoro parlamentar e do agente público, a possibilidade de candidatura avulsa, o limite de contribuições para o financiamento de campanhas, os gastos com publicidade governamental, a reeleição, entre outros.
– Eu quero dizer aqui que não estou manifestando a minha posição a favor ou contrária, sim ou não. Eu até gostaria de dizer já, mas estou apenas colocando as perguntas. Por exemplo, devemos manter o voto obrigatório ou torná-lo facultativo? Só para dizer um item que eu, pessoalmente, farei campanha para continuar o voto obrigatório. Mas temos de perguntar ao povo, e é bem capaz que vença o voto facultativo ? explicou, dizendo ser favorável ao plebiscito, se ele for pleno, com todas as perguntas, e não pela metade.