Corte da Petrobras tem influência negativa de R$ 260 bilhões no PIB

Redução de investimentos tem efeito dobrado na economia

O PIB brasileiro deve sofrer impacto negativo de R$ 260 bilhões até 2019, de acordo com estudo divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, que estima que cada corte de R$ 1 bilhão nos investimentos da petroleira representa perda de R$ 2 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB).

Esse valor deve ser perdido com a redução no plano de investimentos da Petrobras, que anunciou ontem, 12, corte de US$ 32 bilhões nos próximos 3 anos. Além da crise econômica, a corrupção desbaratada pela Operação Lava Jato também levou a estatal à grave crise interna.

Com esse impacto, a crise econômica será ainda mais acentuada em 2016. No ano passado, as constantes revisões do plano de negócios da estatal, fizeram com que a companhia fosse responsável por dois pontos percentuais da queda da atividade econômica. E o mercado financeiro projeta queda do PIB de 3,71% em 2015. Ou seja, confirmado esse número, a empresa respondeu por mais da metade da recessão.

O Estado do Rio de Janeiro, que já enfrenta uma grave crise fiscal, é o que mais é a tingido pela situação. O setor de óleo e gás é responsável por 30% do PIB do Rio. O secretário destacou que o estado sentirá não só com a perda de royalties e participações especiais, mas principalmente com arrecadação de ICMS, principal imposto estadual.

O corte nos planos da Petrobras são reflexos da queda do preço do petróleo, dos desdobramentos da Lava Jato e da alta do dólar. Com o novo ajuste de expectativas, o total de investimentos da Petrobras num horizonte de cinco anos volta ao patamar de 2007, quando a companhia previa aplicar US$ 87,1 bilhões. Este foi o segundo corte no plano de negócios em pouco mais de dois meses e o mercado reagiu mal às mudanças. As ações preferenciais da estatal fecharam no dia de ontem em baixa de 9,2%, a R$ 5,53 – a menor cotação para o papel desde maio de 2004.