Coreia do Norte ordena saída imediata de sul-coreanos de Kaesong

Local virará zona militar. Comunicação com o Sul será encerrada

A Coreia do Norte ordenou nesta quinta-feira, 11, que todos os sul-coreanos abandonem imediatamente o parque industrial de Kaesong, e anunciou que irá confiscar todo o material deixado no complexo.

O anúncio do Comitê para a Reunificação Pacífica da Coreia é uma resposta à decisão de Seul de interromper unilateralmente as operações no complexo industrial conjunto, que fica em território norte-coreano, como represália ao recente teste nuclear e ao lançamento de um foguete de longo alcance por parte de Pyongyang.

"Imperdoável o ato desse grupo de marionetes de suspender totalmente a operação (em Kaesong), vendo erro no teste da bomba H e no lançamento do satélite da República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país)", afirmou o norte-coreano Comitê para a Reunificação Pacífica da Coreia, referindo-se à Coreia do Sul.

A isolada Coreia do Norte desqualifica o Sul frequentemente, chamando o vizinho de marionete dos Estados Unidos, e com a mesma regularidade acusa ambos de atos de guerra contra si.

Em comunicado publicado pela agência oficial norte-coreana KCNA, o Comitê afirma que fechará Kaesong e transformará o local em zona militar. Também anunciou o fim de todas as comunicações militares com a Coreia do Sul e o fechamento de um túnel que liga os dois países através da cidade de fronteira de Panmunjom.

Os sul-coreanos receberam a ordem de abandonar Kaesong antes das 17 horas (6h30 de Brasília) e foram informados que poderiam levar apenas os bens pessoais. 

Após a ordem de fechamento, a Coreia do Sul ordenou a repatriação paulatina, ao longo desta semana, de seus cidadãos no complexo, e a negociação com Pyongyang para a recuperação dos ativos, maquinário e produtos que são propriedade das empresas sul-coreanas instaladas ali.

No entanto, o novo comunicado da Coreia do Norte poderia precipitar a retirada dos sul-coreanos e aumentar a tensão entre os dois países, que estão em um dos piores momentos de sua relação.

O regime dos Kim lançou no domingo um foguete de longo alcance, ação que se seguiu ao quarto teste nuclear do país comunista, em 6 de janeiro. EUA, Japão e Coreia do Sul acreditam que a manobra foi um teste de míssil balístico, que assim como o teste nuclear viola resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O Senado norte-americano votou unanimemente a favor de sanções mais rígidas.

O Conselho de Segurança da ONU está em processo de sancionar as duas ações. Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão exigem a máxima dureza na punição à Coreia do Norte. (AE)