A 4ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) realizou nesta sexta-feira (10), em conjunto com o Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil, ação contra o contraventor Rogério Andrade, suas empresas e pessoas associadas a ele. Os alvos da operação são envolvidos nos crimes de lavagem de dinheiro.
A ação ocorre na capital e em Angra dos Reis, na Costa Verde, e em Vitória da Conquista, na Bahia. Rogério Andrade e o filho Gustavo Andrade tiveram mais de R$ 40 milhões em bens e valores bloqueados pela Justiça. Ao todo, estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao contraventor.
Do total bloqueado, R$ 16 milhões são relacionados à lavagem de dinheiro e R$ 24 milhões são de confisco alargado – medida judicial que possibilita o sequestro da diferença entre as aquisições licitamente comprovadas e as presumidamente ilícitas.
A Polícia Civil informou, por meio de nota, que, em um trabalho inédito, que durou quatro anos, o Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e a Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) apurou e comprovou que os rendimentos lícitos dos investigados não são compatíveis com o patrimônio adquirido. O inquérito foi instaurado em 2018 e concluído no ano passado, com o indiciamento de envolvidos nos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Além de contas bancárias e investimentos, são alvos de sequestro bens como imóveis, embarcações, terrenos, sítio, salas comerciais, entre outros, incluindo um iate adquirido em 2015 e avaliado em R$ 10 milhões, em nome de Rogério Andrade.
Atuaram na investigação a Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), o Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA) e o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD).
Rogério Andrade é patrono da escola de samba Imperatriz Leopoldinense e explora o jogo do bicho na zona oeste do Rio e em Angra dos Reis.
A ação foi batizada de Pequod, uma referência ao navio Pequod, que afundou com o comandante e a tripulação ao tentar capturar a baleia Moby Dick, do romance de Herman Melville, publicado em 1851. (ABr)